Após caos nos transportes, governo de Milei faz mensagens contra sindicalistas

Filas em pontos de ônibus, lixo acumulado nas ruas e piquetes fechando pontos estratégicos. Essa foi a manhã de quarta-feira para os argentinos, especialmente os moradores da região metropolitana de Buenos Aires, do primeiro dia de uma greve geral dos transportes em protesto contra o programa econômico do governo de Javier Milei.

O governo contra-atacou os sindicatos das áreas de transporte e logística com ferramentas de comunicação em pontos críticos e nas redes sociais.

Desde o final da tarde de ontem, o aplicativo oficial MiArgentina tem atuado para identificar os líderes sindicais que estão causando transtornos à população. “Sindicalistas não deixam você trabalhar”, é o título da mensagem que os milhões de usuários do aplicativo receberam nas últimas atrás, informa o jornal La Nación.

“Devido a uma medida de força dos sindicalistas [Pablo] Moyano e [Pablo] Biró para cuidar de seus privilégios, nesta quarta-feira não haverá serviço de transporte”, acrescenta o texto, que aponta para os caminhoneiros e o líder do sindicato dos pilotos (APLA), Pablo Biró.

O secretário geral da central sindical CGT, Pablo Moyano, disse em entrevista à Rádio 10 nesta quarta-feira que a greve, que durará até a meia-noite e é “contra a austeridade de Javier Milei”. Hoje, ela esteve focada na área metropolitana da capital, envolvendo especialmente trens e metrô, mas várias linhas de ônibus podem aderir ao movimento amanhã.

Mas o governo se reunirá esta tarde com os representantes do sindicato UTA para tentar desbloquear o conflito salarial no setor e impedir que a greve atinja os ônibus na quinta-feira.

No interior do país, a medida foi menos sentida, embora aparada geral no setor aeronáutico tenha limitado a atividade em várias grandes cidades das províncias.

A greve de 24 horas ordenada por alguns dos sindicatos aeronáuticos deve custar à Aerolíneas Argentinas aproximadamente US$ 2 milhões, de acordo com os cálculos de fontes próximas à companhia aérea, disse o jornal.

Esse custo a soma de um dia sem receita mais o pagamento de multas e despesas com movimentação de pessoas, alimentação e compra de passagens em outras empresas. No total, houve 250 voos cancelados e 27.000 passageiros afetados, sendo 21 mil rotas domésticas, 3000 rotas regionais e 3.000 rotas internacionais.

Nas redes sociais, o presidente Milei e aliados repostaram mensagens e memes contra os sindicalistas. O político libertário Ramiro Marra por exemplo, escreveu no X que “os trabalhadores que ganham o salário-mínimo hoje vão gastar 50.000 (pesos) em táxis para ir e voltar do trabalho. Enquanto isso, sindicalistas milionários que não trabalham há décadas continuam a encher seus bolsos. Eles são os piores que existem”.

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