Família de homem que morreu ao saltar da Pedra Bonita diz que ele era instrutor de paraquedismo


A polícia fará uma perícia no equipamento do piloto de speed fly. A família considera caso como um acidente. Vídeo mostra piloto de speed fly fazendo ajustes antes de despencar da Pedra Bonita
Parentes de José de Alencar Lima Junior, que morreu ao cair da Pedra Bonita usando um equipamento de speed fly, estiveram no Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (4), para cuidarem da liberação do corpo. Uma cunhada disse ao g1 que ele se dividia a vida entre o Brasil e a Alemanha. Os familiares consideram o que aconteceu como um “acidente”.
José era instrutor de paraquedismo. Quando caiu, ele praticava uma modalidade de voo com equipamento similar a um pequeno paraquedas em alta velocidade. Ele despencou e morreu no domingo (3).
José de Alencar Lima Junior, de 49 anos, morreu na hora
Reprodução
A mulher, que não quis ser identificada, destacou que ele estava na capital fluminense para passar uma temporada. José sempre vinha na época do verão. Segundo ela, ela havia acabado de chegar da Europa.
“Não fazemos ideia do que possa ter acontecido. Mas, ele era era um profissional de paraquedismo há muitos anos. Ele era experiente. O que aconteceu foi um acidente”, disse a mulher.
A cunhada do ex-paraquedista do Exército não soube dizer se era a primeira vez que ele saltava da Pedra Bonita.
Dubai
Segundo um amigo, ele estava indo para Dubai nos próximos dias. Estava aguardando a documentação. Lá, ele iria fazer saltos.
José é o instrutor que salta com a pessoa que tem menos experiência e conduz o salto.
Ela deixa mãe e esposa. Os outros familiares não quiseram se manifestar.
Momentos antes de José de Alencar despencar da Pedra Bonita, em São Conrado
Reprodução
Perícia
A polícia fará uma perícia no equipamento do piloto de speed fly. José caiu de cerca de 250 metros de altura. Imagens feitas por visitantes do local mostram o momento em que José de Alencar está fazendo os últimos ajustes no equipamento. Em seguida, ele corre, se desequilibra, e o objeto não abre. Ele cai do penhasco e desaparece em meio à mata.
O corpo do homem, que serviu no 27° Batalhão de Infantaria Paraquedista da Vila Militar, na Zona Oeste do Rio, só foi resgatado após 4 horas. Foi preciso usar um helicóptero do Corpo de Bombeiros para que ele e os equipamentos fossem içados e levados até a Praia de São Conrado.
Segundo a prévia da ocorrência da Polícia Militar, uma viatura do 23º BPM (Leblon) foi acionada “por componentes da sede do Voo livre, onde relataram que avistaram um homem caído na mata, após realizar um salto com equipamento Speed Flying, que não é permitido por usuários do voo livre”. Ainda de acordo com a ocorrência, “a vítima fez um salto particular, pois o mesmo não é cadastrado no voo livre”. Em seguida, um helicóptero dos bombeiros foi acionado.
O caso é investigado pela 15ª DP (Gávea).
“[Foi ] Uma tentativa frustrada de uma decolagem. Pode questionar vários porém ali, mas se vê que não é uma pessoa que domina a prática. O resultado foi esse: uma queda de praticamente 250 metros de altura que ocasionou o óbito do praticante”, disse Bruno Menescal, vice-presidente do Clube São Conrado de Voo Livre.
Bruno disse que o homem chegou sozinho, deixou a motocicleta em um estacionamento do Parque Nacional, e subiu a pé até a Pedra Bonita. De lá, pulou e caiu.
O corpo de José de Alencar Lima Junior ao lado dos equipamentos usados durante a queda
Betinho Casas Novas/TV Globo
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