Monte Fuji está sem neve pelo maior período registrado em 130 anos

O fenômeno não acontecia desde 1894, quando se iniciaram os registros no Monte Fuji, Japão (Reprodução/David Eldelstein/Unsplash)

O fenômeno não acontecia desde 1894, quando se iniciaram os registros (Reprodução/David Eldelstein/Unsplash)

O Monte Fuji, um dos cartões postais do Japão, experimentou um fenômeno inédito em mais de um século: a ausência de neve por um período excepcionalmente longo. Até o final de outubro, o pico do vulcão permaneceu sem a tradicional cobertura branca, quebrando um recorde histórico de 130 anos. Normalmente, a neve começa a se acumular no Monte Fuji por volta de 2 de outubro, mas as temperaturas altas deste ano impediram esse processo natural.

Segundo Yutaka Katsuta, meteorologista do Escritório Meteorológico Local de Kofu, à agência de notícias AFP, o verão de 2023 foi o mais quente já registrado no Japão, com temperaturas médias 1,76°C acima do normal. O que fará a neve retornar ao local, de acordo com Katsuta, são as primeiras chuvas da temporada, que devem atingir a região somente a partir de 6 de novembro.

Esse calor extremo, combinado com a persistência de massas de ar quente durante o outono, criou condições atmosféricas desfavoráveis à formação de neve. Não só a região onde se localiza a montanha, mas também outras 1,5 mil espalhadas pelo país registraram temperaturas recordes e extremas, acima dos 35ºC.

Embora um único evento não possa ser atribuído diretamente ao aquecimento global, a tendência de redução da cobertura de neve no vulcão ao longo dos anos é consistente com as projeções científicas de um futuro com temperaturas mais elevadas e eventos extremos mais intensos, e é uma clara evidência das mudanças climáticas mundiais.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.