Segundo Powell, eleições dos EUA não terão efeito na política monetária do Fed

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou nesta quinta-feira que, em uma análise de curto prazo, as eleições presidenciais nos Estados Unidos não terão impacto significativo nas decisões de política monetária do banco central. Durante uma coletiva de imprensa, realizada após o anúncio do corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, Powell foi claro ao dizer que o Fed não trabalha com especulações sobre políticas futuras. “Não sabemos qual será o momento e a substância de quaisquer mudanças políticas. Portanto, não sabemos quais seriam os efeitos na economia”, disse.

Powell reiterou que o Fed não “adivinha, especula ou presume” sobre as potenciais mudanças que possam vir com uma nova administração. No entanto, ele reconheceu que políticas vindas de qualquer governo ou iniciativas do Congresso podem, ao longo do tempo, ter repercussões econômicas que influenciem a trajetória das metas de pleno emprego e estabilidade de preços.

O efeito das políticas no modelo econômico do Fed

Comentando sobre o processo de adaptação às novas políticas econômicas, Powell destacou que, caso estas ocorram, suas implicações seriam incorporadas aos modelos econômicos do Fed. “As previsões de qualquer impacto econômico seriam levadas em consideração por meio desse canal”, explicou. Ele também enfatizou que mudanças na política tributária são processos complexos e demorados: “Não há nada para modelar agora. Estamos em um estágio tão inicial que não sabemos quais serão as políticas, nem quando poderão ser implementadas”, pontuou.

Cenário atual: economia forte e mercado de trabalho em ajuste

Powell abriu a coletiva com uma declaração otimista sobre a economia dos EUA. Ele destacou que o país está em uma posição de força, com progresso significativo em direção às metas do Fed nos últimos anos. “A economia está forte e o mercado de trabalho, embora tenha esfriado um pouco, continua sólido”, disse. O presidente do Fed mencionou que os ganhos de empregos desaceleraram, com uma média de 104 mil por mês nos últimos três meses, mas ponderou que eventos recentes, como greves e desastres naturais, influenciaram esse número.

Ele observou que a taxa de desemprego, embora ligeiramente mais alta que há um ano, caiu nos últimos meses, estabilizando-se em 4,1% em outubro. “O crescimento nominal dos salários também desacelerou e a diferença entre oferta e demanda de empregos reduziu”, acrescentou.

Perspectiva de inflação e estabilidade econômica

Powell reforçou que a inflação não está sendo impulsionada significativamente pelo mercado de trabalho, indicando que as pressões inflacionárias não têm origem em fatores trabalhistas. Para ele, um conjunto abrangente de indicadores sugere que o mercado de trabalho está menos pressionado do que antes da pandemia, o que ajuda na estratégia do Fed de manter a inflação em um nível controlado e sustentável em torno de 2%.


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