Primeiro-ministro da França vira alvo de moção de desconfiança no Parlamento e pode perder o cargo


Michel Barnier invocou mecanismo constitucional raramente usado para aprovar o orçamento de 2025, considerado controverso. Parlamento deve votar moção na quarta-feira (4). Michel Barnier, foi primeiro-ministro da França em setembro de 2024
Yves Herman/ Reuters
O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, pode perder o cargo após virar alvo de uma moção de desconfiança movida por parlamentares da oposição, nesta segunda-feira (2). O premiê está apenas há dois meses no governo, mas enfrenta forte resistência por causa de um plano de austeridade para ajustar as contas do país.
Barnier invocou mecanismo constitucional que raramente é usado para aprovar o orçamento para 2025 sem que fosse necessária uma votação no Parlamento. O dispositivo é o mesmo usado pelo presidente Emmanuel Macron para impor uma reforma da previdência em 2023.
O plano do primeiro-ministro prevê cortes de até 40 bilhões de euros (R$ 255 bilhões), além de um aumento de impostos para gerar uma arrecadação de 20 bilhões de euros (R$ 127 bilhões).
O objetivo do governo é enfrentar o déficit fiscal da França, que cresceu nos últimos anos. O orçamento do primeiro-ministro, no entanto, aumentou divisões e disputas dentro do Parlamento.
Líderes de partidos da oposição disseram que o primeiro-ministro não atendeu as demandas do Parlamento para ajustar o pacote.
Apesar de Barnier ter feito algumas concessões, como excluir o aumento de impostos na conta de luz, a oposição acredita que o primeiro-ministro não adotou todas as medidas necessárias para chegar a um consenso no Parlamento.
O mecanismo usado por Barnier para passar o orçamento sem uma votação no Parlamento abriu uma brecha prevista por lei para que os deputados movessem uma moção de desconfiança. Com isso, os parlamentares irão votar se o primeiro-ministro será destituído do cargo.
A expectativa é que a votação aconteça na quarta-feira (4). Caso Barnier perca o cargo, Macron continuará na Presidência, mas terá de lidar novamente com negociações para formar um novo governo.
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