Em guerra com apps, gestão Nunes lança campanha contra mototáxi na TV

São Paulo – Em meio à batalha jurídica contra os aplicativos de transporte, a Prefeitura de São Paulo passará a veicular, neste domingo (9/2), uma campanha na televisão alertando sobre o risco de acidentes envolvendo o serviço de mototáxi.

A modalidade está proibida por uma liminar na Justiça desde 27 de janeiro, após ação movida pela gestão Ricardo Nunes (MDB).

Com a alegação de que a legislação federal permite a operação do mototáxi por aplicativo, as empresas 99 e Uber passaram a oferecer o serviço mesmo com uma proibição por decreto municipal, o que desencadeou uma guerra pública entre os aplicativos e a prefeitura.

No vídeo da campanha, um homem em uma cadeira de rodas aparece dizendo que o mototáxi é perigoso, justificando a proibição da prefeitura pelo número crescente de mortes no trânsito envolvendo motociclistas. “Para não acontecer com você o que aconteceu comigo. Ou até mesmo pior”, afirma (veja abaixo).

Embora se posicione contra qualquer tipo de liberação, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem sido pressionado por movimentos de motoboys e vereadores pela regulamentação do serviço.

Os profissionais organizaram protestos em frente à sede da prefeitura e acusam Nunes de “autoritarismo” na maneira de lidar com o debate, sob o lema de “queremos trabalhar”.

Discussão na Câmara

O assunto também foi um dos principais temas abordados em discursos na primeira semana de trabalhos na Câmara Municipal de São Paulo.

Na última sexta-feira (7/2), uma audiência pública organizada pelo mandato da vereadora Amanda Paschoal (PSol) para discutir o assunto lotou um dos auditórios da Casa e teve protesto de motoboys. O encontro reuniu profissionais da área, vereadores, especialistas e representantes da 99 e da Uber. A prefeitura não enviou ninguém.

Anteriormente, o vereador bolsonarista Lucas Pavanato (PL) apresentou um Projeto de Lei pedindo a liberação do mototáxi, enquanto Marcelo Messias (MDB), aliado de Nunes, apresentou projeto proibindo a modalidade, condicionando uma eventual liberação com a diminuição na violência no trânsito.

A pedido do presidente da Casa, Ricardo Teixeira (União), o sindicato da categoria, SindimotoSP, também apresentou uma proposta de regulamentação do mototáxi. O texto, no entanto, não é apoiado pelo movimento autônomos de motoboys, que dizem não serem representados pela entidade.

Com o apoio de Teixeira, a vereadora Renata Falzoni (PSB), que milita na área da mobilidade urbana, apresentou um pedido de CPI para investigar as mortes no trânsito na cidade. O presidente da Câmara já avisou que a discussão para regulamentar o mototáxi na capital será uma das prioridades do Legislativo municipal no primeiro semestre.

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