ANS propõe plano restrito a consultas e exames: boa notícia para empresas da Bolsa?

Na última segunda-feira (10), a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a realização de uma consulta pública e de uma audiência pública.

Isso para que toda a sociedade possa se manifestar sobra a proposta de implementação de um ambiente regulatório experimental (o chamado “sandbox regulatório”) para testar como funcionaria um plano de saúde com cobertura para consultas estritamente eletivas e exames, sem direito a pronto-socorro e internação. O objetivo é ampliar e simplificar o acesso dos brasileiros aos planos de saúde, aumentando a oferta e a diversidade de produtos na saúde suplementar e ampliando o alcance desses planos em todo o país.

A ANS abrirá a consulta pública de 18 de fevereiro a 4 de março e uma audiência pública em 25 de fevereiro.

O JPMorgan vê como principais tópicos de discussão em torno do ambiente de teste: 1) ter o plano ambulatorial como uma opção adicional, e não um substituto, aos planos de saúde tradicionais com cobertura universal e mais ampla; 2) a implementação de um período de teste/teste de 2 anos com a ANS decidindo se continuará, ou não, com o novo produto; e 3) regras sobre limites de copagamento, períodos de carência e cancelamento unilateral se uma operadora quiser assinar este período de teste.

No geral, os analistas do JPMorgan veem como positivas as discussões sobre ter novos produtos no setor, particularmente aqueles de tíquete mais baixo, como esta solução ambulatorial, pois provavelmente ampliará o alcance dos serviços de saúde privados.

“Ainda assim, o provável tíquete médio mais baixo, apesar de positivo, torna improvável que seja uma virada de jogo para os principais participantes listados em Bolsa”, avalia a equipe de análise.

A opção ambulatorial pode ser potencialmente uma porta de entrada para os planos completos, ao mesmo tempo em que é um produto mais fácil de operar no segmento de varejo/B2C.

Nesse contexto, dos participantes listados, o banco acredita que quem mais pode se beneficiar neste cenário é a Hapvida (HAPV3), classificada como overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra). Isso porque ela seria capaz de alavancar sua rede para oferecer o produto, embora possa haver riscos de que alguns de seus clientes, principalmente grandes varejistas, migrem da solução tradicional para a solução ambulatorial.

Além disso, isso pode beneficiar a expansão dos serviços de saúde dentro dos varejistas de medicamentos e RD Saúde (RADL3, recomendação overweight) e Pague Menos (PGMN3, classificação underweight, ou exposição abaixo da média, equivalente à venda).

Enquanto isso, para a Rede D’Or/SulAmerica (RDOR3, classificação overweight), não deve mudar muito, segundo o JPMorgan, pois suas operações hospitalares são voltadas para alta complexidade e o cliente típico da SulAmerica é menos condicionado a mudanças nos preços e busca a cobertura completa.

“Dito isso, há muita água para correr debaixo da ponte enquanto aguardamos uma proposta final e contribuições das partes interessadas. Além disso, há visibilidade limitada sobre o nível de regulamentação potencial em torno desses eventuais novos produtos, o que pode torná-los menos/mais atraentes para as diferentes operações”, avalia.

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