“É prioridade e há três órgãos de segurança trabalhando em conjunto”, garante delegado

O assassinato a tiros de três adolescentes, na tarde do último domingo (9), no bairro Mathias Velho, em Canoas é tratado como prioridade pelo Departamento de Homicídios da Capital.

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Segundo o diretor do Departamento, o delegado Mario Souza, a Polícia Civil trabalha com algumas hipóteses desde o começo da investigação. A mais clara aponta execuções ligadas ao crime organizado.

“Estamos tratando vários aspectos da investigação em sigilo, mas o que pode ser dito, por enquanto, é que trabalhamos não apenas para prender os responsáveis, como também, os mandantes por trás das mortes”.

O diretor Mario Souza destaca que, devido ao caso, está em movimento um plano de ação que envolve, pelo menos, três órgãos da segurança pública: Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Penal.

“O caso é tratado como prioridade e, por isso, há três órgãos de segurança trabalhando em conjunto”, garante. “Foi um crime fora da curva e merece uma resposta o mais breve possível para a sociedade”.

Durante o atentado, acabaram mortos um adolescente de 13 anos, outro de 15 e um terceiro de 17 anos. O último, calcula a polícia, pode ter sido um dos alvos dos criminosos durante o ataque.

Apesar de estar somente com 17 anos, possuía uma extensa ficha criminal, com passagens pela polícia por tráfico de drogas, sequestro, roubo, violência doméstica e porte ilegal de arma de fogo.

Também acabou ferido, durante o ataque, um menor com 16 anos, com algumas passagens pela polícia. Ele não corre risco por ser ferido superficialmente. Havia ainda outro menor com 17 anos que fugiu no momento dos tiros.

Segundo a delegada Graziela Zinelli, os menores que sobreviveram ao ataque já prestarem depoimento, mas pouco colaboraram com a investigação, já que procuraram apenas se esconder no momento em que começaram os tiros.

“Eles não souberam dizer nada, porque não viram”, esclarece. “Sobreviveram, porque procuraram apenas se esconder o mais depressa para fugir dos tiros quando a confusão começou”.

Sem armas ou drogas

Era tarde de domingo, quando, pelo menos, quatro homens desceram em velocidade de um carro em frente a uma casa no final da Rua Nossa Senhora da Conceição. Houve uma série de disparos com pistolas 9 milímetros contra um grupo que estava reunido no pátio.

A apuração inicial apontou que não havia drogas, entorpecentes ou mesmo armas na pequena casa onde estavam reunidos os jovens. Os amigos reunidos na casa, aponta o delegado, não estavam em nenhuma atividade ilícita.

“A investigação avançou o suficiente para sabermos que não houve engano neste caso e os criminosos responsáveis poderiam ter executado todos que estavam naquela casa durante o ataque”, frisa. “Não existe justificativa para tamanha violência”.

Reforço no policiamento

Em paralelo à investigação da Polícia Civil, o policiamento ostensivo da Brigada Militar foi reforçado no Mathias Velho desde a tarde de domingo, com ações e operações pontuais em pontos estratégicos, conforme o tenente-coronel Clóvis Ivan Alves, responsável pelo 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM). O oficial preferiu não comentar o caso, por não haver nada de concreto apontando suspeitos e motivações por trás dos crimes.

Operação em andamento

Canoas registrou em 2025 o janeiro menos violento desde 2021. Foram três homicídios, conforme apontamento da Secretaria Estadual de Segurança Pública. O número representa uma redução de 75% no comparativo com o mesmo período do ano passado, quando houve 12 mortes. O triplo homicídio, portanto, aconteceu em um momento de diminuição da violência na cidade, na avaliação do delegado Mario Souza.

“Iniciamos, em parceria com a Brigada Militar, uma operação de saturação na área e queremos apresentar resultados o mais breve possível para este ataque covarde e lamentável”, avisa. “Foram inúmeras diligências e abordagens na busca por testemunhas que possam indicar os suspeitos. Este crime não ficará impune”, garante.