Pesquisa OD do Metrô de SP registra 1ª queda nas viagens desde 1967

São Paulo — A pesquisa Origem e Destino (OD) de 2023, realizada pelo Metrô de São Paulo e divulgada nesta terça-feira (11/2), registrou a primeira queda no número de viagens feitas pela população desde que o registro dos dados teve início, em 1967. O relatório, que é apresentado a cada 10 anos, deveria ser lançado apenas em 2027, mas foi antecipado devido à pandemia de Covid-19, que impactou diretamente a mobilidade urbana.

O levantamento ouviu moradores com mais de 12 anos em 32 mil domicílios da capital e região metropolitana. Os entrevistadores perguntaram quais viagens foram feitas no dia anterior ao que a pesquisa foi realizada. Cada modal — ônibus, metrô, trem, bicicleta, táxi ou carros por aplicativo e a pé — é considerado uma viagem.

Em sua última edição, no ano de 2017, a pesquisa OD registrou cerca de 42 milhões de viagens diárias. Já em 2023, foram registradas 35.661 milhões de viagens — uma queda de 15,1%. No total, houve uma queda em 6.346 milhões de viagens entre as duas edições. O relatório também registrou que o transporte coletivo perdeu 3 milhões de viagens e o individual, 116 mil.

Essas 3 milhões de viagens perdidas concentram-se especialmente no transporte por ônibus, que reduziu 2.6 milhões. Já no transporte individual, o automóvel perdeu cerca de 886 mil viagens, ainda que a frota tenha aumentado em 22% entre 2017 e 2023. Esse movimento é explicado pelo aumento no transporte por táxi convencional e aplicativo (137%) e por motocicleta (16%).

Dados registrados pelo Metrô desde 1967 sobre as viagens diárias da população de São Paulo

Do total das 35.6 milhões de viagens diárias registradas pela OD na região metropolitana de São Paulo, cerca de 70,5% ocorreram por meios motorizados (coletivo e individual)  e 29,5% por modos não motorizados (bicicleta ou a pé). As viagens por motorizados diminuíram 11% e as não motorizados tiveram queda de 23,3% no período entre 2017 e 2023.

Mais viagens de bike

As viagens de bicicleta — modo não motorizado — registraram um aumento de 25%, mas ainda representam apenas 1,3% do total de viagens registradas. Enquanto isso, o deslocamento a pé diminuiu 24,7%.

Segundo o diretor-presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), Julio Castaglioni, a pesquisa Origem e Destino é essencial para entender o comportamento da metrópole e para a transformação da mobilidade urbana.

“Quando se pensa em mobilidade eficaz, dados como os apurados por essa pesquisa são fundamentais para nortear investimentos vultosos, como na expansão da rede metroferroviária, ou até mesmo para a implantação de novas linhas de ônibus e faixas segregadas para bicicleta”, diz Castaglioni.

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