Kapitalo vê fim do sincronismo de ciclo econômico e reforça aposta em ativos dos EUA

A Kapitalo Investimentos avalia que a política econômica do novo governo dos Estados Unidos está moldando um cenário de crescimento interno acelerado e maior inflação, o que pode levar a uma divergência entre o ciclo econômico americano e o de outros países desenvolvidos.

Segundo a carta da gestora referente a janeiro de 2025, esse movimento pode fortalecer o dólar e impulsionar o desempenho das ações americanas, justificando sua aposta nesses ativos.

Entre as medidas destacadas pela Kapitalo, estão a desregulamentação dos setores de tecnologia e energia, o endurecimento da política migratória, com aumento expressivo nas deportações, e a imposição de tarifas sobre importações. Apesar de ainda não haver clareza sobre a calibração dessas medidas, a gestora acredita que elas devem resultar em um cenário de maior atividade econômica e inflação nos EUA.

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Dólar mais forte e mercados americanos em alta

A Kapitalo avalia que essa combinação de fatores pode acentuar a diferença entre o crescimento dos EUA e o de outras economias desenvolvidas, interrompendo o ciclo sincronizado que vinha sendo observado desde a pandemia. Esse movimento favorece o fortalecimento do dólar frente a outras moedas e pode prolongar o desempenho superior dos ativos americanos em relação a outros mercados.

Diante dessa perspectiva, a gestora mantém posição comprada no dólar americano contra uma cesta de moedas, incluindo renmimbi chinês, franco suíço e libra esterlina. Além disso, segue apostando na valorização da bolsa americana, reforçando sua confiança no desempenho das empresas do país.

Impacto sobre as commodities e o comércio global

As mudanças na política econômica dos EUA também devem ter reflexos sobre o mercado de commodities. A Kapitalo aponta que a imposição de tarifas pode influenciar a dinâmica do comércio internacional, afetando diretamente setores como energia e grãos.

No caso do petróleo, a gestora já vinha com uma visão baixista, baseada na expectativa de queda na demanda chinesa e crescimento da produção de shale oil nos EUA. No entanto, os recentes pacotes de sanções aplicados pelo governo americano contra o Irã e a Rússia criaram distorções de curto prazo no mercado, impulsionando os preços temporariamente.

No setor agrícola, a Kapitalo mantém uma estratégia mista: segue vendida em soja, devido à expectativa de superávit na oferta global, mas reforçou posições compradas em milho e trigo, commodities que podem ser mais sensíveis a oscilações no balanço de oferta e demanda.

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K10 em janeiro

O fundo K10 da Kapitalo registrou um desempenho de 0,28% em janeiro de 2025, ante 1,01% do CDI no período.

Entre os fatores que influenciaram a performance do fundo, destacam-se as posições compradas no dólar americano e nas bolsas dos Estados Unidos, que tiveram impactos positivos diante da expectativa de crescimento econômico e inflação nos EUA. Além disso, as apostas em ouro, cobre e trigo também contribuíram para o resultado.

Por outro lado, as posições vendidas em soja e na curva de petróleo, que inicialmente refletiam um cenário de oferta elevada, precisaram ser ajustadas diante das sanções inesperadas do governo Biden contra o Irã e a Rússia, que pressionaram os preços de curto prazo.

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