“Se acontecer um evento, a Defesa Civil está preparada”, avisa o novo secretário de Canoas

Nunca se falou tanto em clima e tempo. No centro das discussões, estão as mudanças climáticas que têm provocado eventos que tem castigado o Brasil e o mundo. O Rio Grande do Sul assistia à maioria das tragédias pela TV. Isso até o ano passado.

Vanderlei Marcos, ao centro, com colete da Defesa Civil, quer integração entre secretarias visando atendimento à população



Vanderlei Marcos, ao centro, com colete da Defesa Civil, quer integração entre secretarias visando atendimento à população

Foto: BRUNA OURIQUE/PMC

ENTRE NA COMUNIDADE DO DIÁRIO DE CANOAS NO WHATSAPP.

As enchentes que atingiram o Estado e Canoas, forçaram um novo olhar do Poder Público sobre o tema no RS. É neste “clima” que o experiente Vanderlei Marcos, 43 anos, assume a Defesa Civil de Canoas, cidade que se tornou epicentro da catástrofe natural perante o Brasil.

Marcos chega a Canoas após um trabalho desenvolvido, nos últimos três anos, na vizinha Cachoeirinha. Ao afirmar ter sido morador da cidade, confirma conhecer a geografia e o clima. E garante estar preparado para o enfrentamento necessário, em caso de um novo evento.

“Não estou aterrizando de paraquedas em um lugar desconhecido”, avisa. “Conheço Canoas e morei durante anos na cidade. Chego com experiência e peço somente a confiança da população para acreditar no trabalho”.

Presidente do Fórum da Defesa Civil dos Municípios que integram a Granpal, Marcos defende integração na solução de problemas e na busca por recursos necessários para o enfrentamento de adversidades.

“As mudanças climáticas são o maior desafio enfrentado hoje no Brasil e no mundo”, salienta. “É preciso preparação e não apenas isso. É necessário planejar ações de prevenção. Antever problemas em busca de soluções. Vamos trabalhar em busca de resultados”.

DC – Como avalia assumir um trabalho em Canoas após o trabalho executado ao longo dos últimos três anos em Cachoeirinha?

Marcos – Cachoeirinha é uma cidade vizinha e Canoas e, até por isso, acabou atingida pelos mesmos eventos climáticos. Lá encaramos uma microexplosão e também as enchentes. É claro que em uma escala muito menor, o que significa que o meu desafio agora é enorme. São realidades diferentes, mas conheço o trabalho e sei como executar.

DC – E como tem sido seu trabalho nestes primeiros dias?

Marcos – Inicialmente, estamos promovendo a integração com demais pastas da administração. Isso é fundamental, porque o trabalho da Defesa Civil não se faz sozinho. Poder Público precisa estar com órgãos integrados e então integrar as comunidades à força conjunta. Queremos manter a parceria permanente com órgãos, servidores e a população para, em caso de emergência, todos estarem prontos para trabalhar.

DC – Cachoeirinha costumava ter populações ribeirinhas que acabaram sendo realocadas, eliminando o problema das inundações em determinadas áreas. É possível repetir este tipo de trabalho em Canoas?

Marcos – Isso deve ser uma prioridade na nossa gestão. Remover a população que vive em áreas de risco para locais seguros e dignos. Conseguimos em Cachoeirinha. É possível repetir em Canoas, sim. É claro que lá o número de famílias era menor. Precisamos buscar parcerias com o governo federal para isso. Recursos podem garantir áreas dignas e habitações longe de córregos. Canoas e faz limite com Cachoeirinha em alguns pontos. No Olaria, por exemplo, há várias pessoas que vivem em pontos alagadiços. Elas precisam desocupar aquela área. Até porque isso reduz o risco de inundação em outras áreas. Vamos trabalhar

DC – O senhor é também presidente do Fórum da Defesa Civil da Granpal. Imagino que isso lhe garanta uma visão mais ampla do assunto?

Marcos – Com certeza, porque conheço não apenas o clima e tempo, mas igualmente a geografia da região. É uma experiência que agregou muito no meu trabalho e que me mantém em contato permanente com outros profissionais que atuam na Defesa Civil de municípios e Estado. Estas parcerias, especialmente em momentos de eventos climáticos, são muito importantes. Porque uma mão lava a outra.

DC – Como o senhor encontrou a estrutura da Defesa Civil de Canoas?

Marcos – Em primeiro lugar, e isso é muito importante ressaltar, a Defesa Civil de Canoas conta com um quadro qualificado de profissional. E a estratégia é que continue assim, garantindo cursos e aperfeiçoamento para manter a equipe segura e pronta para agir em qualquer situação. Fora isso, estamos com estoque de lonas e telhas. Já existe uma solicitação para comprar mais, porque a previsão é de temporais e ventos fortes, mas a verdade é que se acontecesse um evento hoje, a Defesa Civil está preparada para apoio imediato à população.

DC – O trabalho na Defesa Civil exige uma rotina de atenção 24 horas, certo? Como conciliar a rotina profissional e pessoal?

Marcos – Sem dúvida, é preciso abdicar de momentos de lazer e confesso que nos últimos três anos tive como grande aliado a minha família. Eles entendem o que o cargo exige. Não existe sábado, domingo ou feriado. Há uma entrega diferente e a equipe que trabalha comigo tem esta compreensão e sabe o quanto é importante se manter em alerta para qualquer adversidade.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.