Sebito de Fernando de Noronha é classificado internacionalmente como ‘espécie vulnerável’


Estimativa dos pesquisadores é que existam apenas mil aves adultas da espécie, que ocorre apenas no arquipélago. Classificação pode ajudar a captar recursos para ações de conservação ambiental. Sebito de Fernando de Noronha é classificado internacionalmente como ‘espécie vulnerável’
O sebito-de-noronha, que tem nome científico Vireo gracilirostris , é uma ave endêmica que só pode ser encontrada em Fernando de Noronha (veja vídeo acima). O pássaro passou a ser classificado internacionalmente como “espécie vulnerável”.
A informação foi divulgada nesta quarta (12), pela direção do Instituto Retriz, instituição que desenvolve o projeto de pesquisa Aves de Noronha.
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A classificação foi feita pela International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a Conservação da Natureza), que é uma união de organizações governamentais e da sociedade civil.
A presidente do instituto, Cecília Licarião, que também é bióloga, explicou que a classificação é positiva, apesar de indicar os riscos que a espécie corre.
O sebito já era classificado como espécie ameaçada de extinção na relação elaborada pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), mas não constava na lista internacional.
Sebido de Noronha passou a ser considerado espécie vulnerável
Cecília Licarião/Instituto Retriz
A outra espécie endêmica da ilha, a cocoruta (Elaenia ridleyana), já contava com a classificação internacional.
“No Brasil nós já entendíamos que as duas espécies estavam no mesmo nível de vulnerabilidade. Agora temos uma bandeira a mais para lutar pela preservação do sebito”, declarou Cecília Licarião.
Fatores de classificação
A bióloga explicou que a classificação internacional foi feita com base em uma série de fatores.
“Foi levado em consideração que a população do sebito está restrita a um local com área pequena, que é o Arquipélago de Fernando de Noronha (lugar com 26 km²); a redução de áreas florestadas e os muitos predadores que ameaçam essa ave”, disse a pesquisadora.
Os estudos realizados em Noronha indicam que os ratos, gatos e tejus predam o sebito. Os pesquisadores avaliam que devem existir cerca de mil sebitos adultos reprodutivos.
“Fizemos o monitoramento dos ninhos e identificamos uma alta taxa de predação dos ninhos (ovos e filhotes) por ratos. Esse é um problema muito grande”, avaliou a estudiosa.
A qualidade da vegetação também é um problema. “Noronha tem muita vegetação, mas a linhaça, que é uma espécie invasora, é uma dificuldade para as aves. A floresta subsidia a população das aves endêmicas e esses pássaros necessitam da vegetação nativa, que fornece alimentos para as aves”, indicou Cecilia Licarião.
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A classificação internacional do sebito como vulnerável pode ajudar no financiamento para a pesquisa e a preservação da espécie, avalia a bióloga.
“A classificação possibilita a busca de fundos internacionais para conservação do sebito e de Fernando de Noronha. O arquipélago precisa ser preservado porque conta com o sebito e a cocoruta, duas espécies ameaçadas de extinção”, declarou Cecília Licarião.
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