SIM Swap: quadrilha do DF clona chips para aplicar golpes bancários

Na manhã desta quarta-feira (12/2), a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou uma operação contra um grupo criminoso especializado em fraudes bancárias via invasão de dispositivos eletrônicos e o golpe do SIM Swap. Três mandados de prisão temporária e três de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços dos investigados. A ação visa desmantelar um esquema que já fez pelo menos 13 vítimas ao longo de 2024.

O golpe do SIM Swap consiste na troca indevida da titularidade de linhas telefônicas, permitindo que criminosos assumam o controle dos números de celular das vítimas. Com isso, conseguem acessar contas bancárias, interceptar códigos de autenticação e realizar transações fraudulentas.

O caso que deu origem à investigação ocorreu em 12 de janeiro de 2024, quando um servidor público do DF teve sua linha telefônica transferida indevidamente. Os criminosos usaram a conta bancária da vítima para movimentar dinheiro de forma ilegal, chamando a atenção das autoridades.

Estrutura do grupo criminoso

A investigação identificou uma quadrilha organizada, com funções bem definidas:
• Líder do grupo: um homem de 26 anos, responsável por coordenar e executar as fraudes.
• Financeiro: uma mulher de 25 anos, que atuava na logística e movimentação financeira.
• Responsável pelas trocas de titularidade: um homem de 39 anos, encarregado de viabilizar a alteração dos registros telefônicos das vítimas.
• Fornecimento de dados cadastrais: um homem de 44 anos, que vendia informações pessoais das vítimas. Esse integrante está foragido.

As investigações mostraram que o grupo habilitou mais de 180 chips telefônicos diferentes, utilizando dados de terceiros para dificultar sua identificação. O esquema operava principalmente na região do Setor Habitacional Sol Nascente.

Operação

Durante as buscas, a polícia apreendeu documentos, celulares, chips, computadores e outros dispositivos eletrônicos, que passarão por perícia.

As investigações também apontaram que os criminosos levavam um estilo de vida incompatível com suas rendas declaradas, financiando viagens e passeios de luxo com o dinheiro obtido nos golpes.

Os investigados responderão pelos crimes de: furto mediante fraude; invasão de dispositivo informático; lavagem de dinheiro e associação criminosa. Se condenados por todas as acusações, as penas podem chegar a 25 anos de prisão.

Alerta contra o golpe do SIM Swap

A Polícia Civil reforça a necessidade de medidas preventivas para evitar esse tipo de crime. Entre as principais recomendações estão:
• Manter os dados cadastrais atualizados junto à operadora de telefonia.
• Ativar a autenticação em duas etapas em contas bancárias e serviços digitais, preferencialmente não vinculada ao número de telefone.
• Monitorar transações bancárias e relatar qualquer atividade suspeita imediatamente ao banco e à operadora de celular.

As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos e novas vítimas do esquema.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.