Morte de Vanessa Ricarte causa comoção entre autoridades

Morte de Vanessa Ricarte causa repercussão em entidades Reprodução/Instagram

Políticos, autoridades e entidades lamentaram a morte da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, em Campo Grande. Ela faleceu na madrugada desta quinta-feira (13), na Santa Casa, após ser esfaqueada pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento.

Horas antes do crime, a vítima havia denunciado o ex-companheiro na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e conseguido uma medida protetiva. No entanto, no fim da tarde de quarta-feira (12), foi atacada dentro de sua própria residência. O suspeito foi preso em flagrante.

Confira abaixo as manifestações sobre o caso:

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS), Federação Nacional dos Jornalistas e a Comissão de  Mulheres da Fenaj lamentaram a morte de Vanessa, a quem chamaram de “uma profissional dedicada”. 

“É com profunda tristeza e indignação que o Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul), a FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) e a Comissão de  Mulheres da Fenaj, recebem a notícia do brutal feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos.

Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul  (UFMS), Vanessa era uma profissional dedicada, atuou como professora de redação, editora no site Top Mídia News, assessora de imprensa da Agência Municipal de Habitação (Emha) e, atualmente, era chefe da assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS).

De texto impecável e ideias constantes, Vanessa sempre tinha um projeto novo na manga. Era de uma vitalidade admirável. Inventiva e acreditava no potencial do ser humano como agente de boas transformações. Ela mesmo era reflexo disso. 

Sua morte representa uma perda irreparável para o jornalismo e para a sociedade. Seu caso indigna não só pela brutalidade, mas por expor falhas que não deveriam existir no sistema de combate à violência contra mulher.

O Sindjor-MS condena veemente tais práticas e cobra agilidade das autoridades responsáveis pela condenação do responsável, o músico Caio Nascimento, preso em flagrante, bem como o fortalecimento dos mecanismos de defesa da mulher.

Em nome de todos que lutam pela igualdade de gênero e pelo combate à violência contra a mulher, expressamos nossas mais sinceras condolências à família, amigos e colegas de trabalho de Vanessa neste momento de dor. A violência que tirou a vida de uma mulher tão extraordinária é um lembrete cruel de que a luta por um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres deve continuar com ainda mais força.

Fica nosso compromisso de seguir combatendo o feminicídio e todas as formas de violência de gênero e nossa solidariedade aos que sofrem com essa perda irreparável. Que a memória de Vanessa inspire uma sociedade mais humana e mais vigilante na busca pela justiça e pelo respeito a todas as mulheres”, diz a nota oficial.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, também se manifestou sobre a morte de Vanessa. Ela disse que “é um dia muito triste para as mulheres de Campo Grande e para as mulheres do mundo”.

“Mais uma vítima de feminicídio, a Vanessa. A Vanessa foi jornalista da agência de habitação do município, grande profissional. E hoje, nós temos a triste notícia da forma como ela foi brutalmente assassinada. Nós não podemos nos calar. Nossa voz pode salvar vidas, não só da nossa cidade, mas onde nós podemos alcançar”, disse em um vídeo em suas redes sociais.

A Ordem dos Advogados do Mato Grosso (OAB/MT) também emitiu uma nota de pesar lamentando a morte e expressando repúdio a “toda e qualquer violência, em especial a de gênero”.

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Mato Grosso do Sul, vem a público externar profundo pesar pelo assassinato da jornalista Vanessa Ricarte ocorrido em Campo Grande/MS.

O caso traz à tona mais um caso de um grave problema social de nossa sociedade: a violência de gênero, em seu grau máximo, o que deve ser exemplarmente investigado e punidos seus responsáveis.

A OAB/MS repudia toda e qualquer violência, em especial a de gênero e em razão da condição de mulher; e acompanhará o caso por meio de sua Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher – COMCEVID.

A OAB/MS presta condolências aos familiares de Vanessa Ricarte e manifesta sua solidariedade neste momento de dor que deixa a todos consternados.

O deputado estadual Coronel David usou as suas redes sociais para se manifestar sobre o caso. “Quantas mais precisarão morrer? Feminicídio não pode ser apenas estatística. Chega de discurso vazio! Vou cobrar ações concretas dos órgãos responsáveis. É urgente proteger nossas mulheres!”, diz o post.

Também nas redes sociais, o Ministério Público do Mato Grosso também expressou o seu pesar com a morte de Vanessa, a qual chamou de uma “profissional dedicada e comprometida com a missão institucional do Ministério Público do Trabalho”.

“É com profundo pesar e indignação que o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul recebe a notícia do falecimento da servidora pública e jornalista Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio em Campo Grande.

Vanessa foi brutalmente assassinada pelo então companheiro, em um trágico episódio que evidencia a urgência de combater a violência doméstica e proteger as mulheres em situação de vulnerabilidade.

Vanessa Ricarte era uma profissional dedicada e comprometida com a missão institucional do Ministério Público do Trabalho, contribuindo de forma significativa para a divulgação e conscientização sobre os direitos trabalhistas e a Justiça social. Sua perda é um golpe não apenas para a instituição, mas para toda a sociedade, que vê mais uma vida ceifada pela violência de gênero.

O Ministério Público do Trabalho reitera seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e repudia veementemente qualquer forma de violência contra as mulheres. A instituição reforça a importância do Protocolo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica, que visa garantir acolhimento, orientação e encaminhamento adequado às vítimas, além de promover ações preventivas e educativas para enfrentar esse grave problema social.

Neste momento de dor, manifestamos nossa solidariedade à família, amigos e colegas de Vanessa Ricarte. Que sua memória inspire a luta por um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres, e que sua tragédia nos motive a fortalecer as políticas públicas de proteção e combate à violência doméstica.

Em homenagem à servidora, o MPT-MS declarou luto oficial em suas três unidades – Campo Grande , Dourados e Três Lagoas – na data de hoje (13.2).

Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul

Pela vida das mulheres, pela Justiça e pela dignidade humana”, diz a nota

A deputada federal Camila Jara (PT) ressaltou que a medida protetiva sem fiscalização “é só um papel”. E cobrou das autoridades mais ações efetivas. 

Vanessa Ricarte, uma mulher, uma jornalista, uma voz, silenciada pelo feminicídio.

ATÉ QUANDO?

Ela fez tudo que dizem que uma mulher deve fazer para se proteger: denunciou, pediu medida protetiva, buscou ajuda. E mesmo assim foi brutalmente assassinada pelo ex.

A segunda vítima de feminicídio deste ano em MS. Mais uma vítima de um sistema falho que não impede que mulheres sejam mortas!

Medida protetiva sem fiscalização é só papel. Justiça que não age rápido é sentença de morte! Chega de contar corpos! Queremos políticas públicas eficazes, monitoramento dos agressores e segurança real para as mulheres!

E se a polícia tivesse acompanhado Vanessa no retorno para casa?

Vanessa, amada pela família e amigos, hoje se torna mais um nome em uma estatística alarmante de feminicídio. Não podemos aceitar isso como rotina!

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