Pressionado a negociar com Putin, Zelensky toma novo “fora” da Otan

Em meio aos avanços nas discussões de paz entre Ucrânia e Rússia, com a mediação dos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky tomou um novo “fora” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (13/2), o secretário-geral da aliança, Mark Rutte, voltou a tornar distante uma possível entrada ucraniana no bloco.


Ucrânia na Otan

  • Desde o início da guerra com a Rússia, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tem argumentado que a entrada de seu país na aliança militar seria a única forma de deter os planos de Putin.
  • O assunto, contudo, é visto como delicado para ambos os lados envolvidos na história. A aproximação da Ucrânia com a Otan, inclusive, foi apontada por Putin como um dos motivos para o início do conflito.
  • Na prática, a entrada da Ucrânia na Otan implicaria também no envolvimento direto dos membros da aliança na guerra. Isso porque a aliança prevê que países aliados devem ajudar na defesa de uma nação membro caso esta seja atacada.

Segundo Mark Rutte, uma possível filiação da Ucrânia à Otan, como parte das negociações de paz com a Rússia, nunca foi um compromisso da aliança.

“Nunca foi uma promessa à Ucrânia que, como parte de um acordo de paz, eles estariam na Otan”, disse Rutte à repórteres após a reunião de ministros da Defesa da Otan, realizada em Bruxelas, Bélgica.

Nos últimos meses, Zelensky recuou em alguns pontos no âmbito de discussões de paz, antes vistos como inegociáveis por Kiev. Contudo, o líder ucraniano tem argumentado que possíveis planos para pôr fim ao conflito devem incluir garantias de segurança para a Ucrânia. 

Em novembro de 2024, Zelensky deu um aceno positivo para um possível plano de paz que vinha sendo ventilado nos bastidores da nova administração norte-americana, mesmo antes de Donald Trump assumir a Casa Branca.

A proposta incluiria a perda de território ucranianos já conquistados pela Rússia desde fevereiro de 2022. Na época, o presidente da Ucrânia disse que o plano poderia ser aceito, desde que o restante do território do país ficasse sob uma espécie de “guarda-chuva da Otan”.

Assim como durante a gestão de Jens Stoltenberg, que liderou a Otan antes de Mark Rutte, o novo secretário-geral da aliança se esquivou da ideia de Zelensky. Ao invés, disso, o ex-premiê da Holanda defendeu armar, ainda mais, a Ucrânia para que o país chegasse nas negociações em uma “posição de força”. 

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