XP eleva Alupar e mantém visão cautelosa para Taesa e Isa Energia: veja os motivos

Seca severa deixa autoridades brasileiras em alerta em relação à questão energética (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A XP Investimentos revisou suas recomendações para empresas do setor de energia no Brasil, com um foco especial na Alupar (ALUP11), que teve sua avaliação alterada de neutra para compra. A corretora aumentou o preço-alvo das ações da companhia de R$ 35 para R$ 40, argumentando que o retorno oferecido pela empresa é superior ao de seus pares.

Segundo o relatório, a taxa interna de retorno (TIR) real implícita da Alupar gira em torno de 11,5%, um valor consideravelmente mais alto quando comparado à média das transmissoras, que é de cerca de 7%. Os analistas atribuem esse desempenho à estratégia de alocação de capital da Alupar, que, segundo eles, tem se mostrado eficiente, especialmente nos recentes investimentos realizados na América Latina.

A análise da XP também incluiu uma avaliação dos balanços patrimoniais e das necessidades de refinanciamento das transmissoras. Entre as empresas analisadas, a Taesa é a que apresenta maior exposição a mudanças na taxa de juros de curto prazo, enquanto a Alupar está em uma posição mais confortável nesse aspecto.

A corretora acredita que as empresas do setor podem reduzir essa exposição ao recorrer a empréstimos com taxas mais favoráveis, como os oferecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para financiar seus investimentos em infraestrutura.

A XP também revisou suas previsões para outras transmissoras, como a Isa Energia, mantendo a recomendação neutra para as ações da companhia (ISAE4), com preço-alvo de R$ 24. Os estrategistas dizem que a empresa está implementando um plano de investimentos agressivo, incluindo melhorias em sua concessão histórica e a expansão por meio de novas aquisições.

A XP acredita que, apesar de uma possível redução nos pagamentos relacionados à Rede Básica Sistema Existente (RBSE), os dividendos da Isa Energia devem continuar em níveis elevados devido aos recebíveis dessa fonte. A companhia ainda enfrenta uma disputa jurídica com o estado de São Paulo sobre alguns de seus ex-funcionários, o que pode resultar em ganhos adicionais no futuro.

Quanto à Taesa (TAEE11), a XP manteve sua recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 35. A empresa, diz o relatório da corretora, segue com uma política de dividendos atraente, mas as mudanças recentes na política regulatória e a alta exposição ao vencimento de concessões no início da próxima década podem representar um risco para o desempenho das ações no longo prazo.

A XP observa que a Taesa apresenta a menor duração entre as empresas analisadas, o que pode significar uma redução nas fontes de receita à medida que suas concessões expiram.

A XP também mencionou que, apesar das incertezas econômicas em outros mercados globais, o Brasil se destaca por apresentar algumas vantagens, como a queda nas taxas de juros mais longas, o que pode atrair investidores. Com isso, empresas do setor de energia como Alupar, Isa Energia e Taesa podem se beneficiar dessa situação, mas ainda enfrentam a pressão dos custos elevados de capex (investimentos) e a necessidade de equilibrar sua política de distribuição de dividendos com as exigências de novos investimentos.

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