Fevereiro laranja alerta sobre os sintomas da leucemia; conheça uma gramadense que luta contra a doença

Você sabia que este mês, pelo calendário da saúde, é conhecido como fevereiro laranja? O nome faz referência à conscientização sobre a leucemia, um dos tipos de câncer mais frequentes no Brasil. Em 2024, foram cerca de 11,5 mil novos casos.

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Amanda conta com rede de apoio para ajudar no processo



Amanda conta com rede de apoio para ajudar no processo

Foto: Arquivo pessoal

A campanha busca incentivar a doação de medula óssea e aprofundar sobre os sintomas e a importância do diagnóstico precoce da doença, que possui tratamento e pode ser curada.

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Dias de Luta

Por ter sintomas parecidos com outras doenças, a leucemia, muitas vezes, inicia de forma silenciosa – o que pode agravar o quadro de saúde de quem está.

Amanda Sena, de 35 anos, mora em Gramado e teve o diagnóstico em um dos momentos mais delicados de sua vida: durante a gravidez da filha Ana Beatriz. “Eu estava tendo muitas infecções. Os médicos relacionavam à gravidez, porque baixava a imunidade. Mas era um mês sim, outro não no hospital, com alguma infecção. Tinha febre, calafrios, dor no corpo”, conta.

Em novembro do ano passado, realizou vários exames em Caxias do Sul, que não detectavam o que poderia ser. Na ocasião, outros sintomas apareceram. “Linfonodos no corpo, no peito, que era algo estranho. No exame de sangue, a hemoglobina estava muito baixa, o que indicava anemia, mas também relacionavam por estar grávida”, relembra.

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A partir de uma consulta com um hematologista, “células diferentes” chamaram a atenção. Uma punção lombar foi realizada. “Uns dias depois, o médico chamou e disse que era sugestivo. Ainda necessitava de mais um exame para confirmar, que concluiu que tinha leucemia mieloide aguda.”

A leucemia ainda não estava tão agressiva. No início de dezembro, a empresária teve Beatriz com 36 semanas e pesando cerca de 3 quilos. Já Amanda terminou a gravidez mais magra do que quando engravidou, um sintoma que afeta o paciente com a doença. “O médico sempre foi muito humano e nos deixou tranquilos. Eu tive a bebê e disse que queria passar o primeiro mês com ela. Ele falou que era interessante eu ter a bebê e já ir para o hospital fazer a quimioterapia, mas ele autorizou e toda semana eu fazia o hemograma para ver se baixava muito a imunidade”, coloca.

Amanda Sena vive batalha contra a leucemia



Amanda Sena vive batalha contra a leucemia

Foto: Arquivo pessoal

Ao fechar o primeiro mês de vida da filha, em janeiro, Amanda pegou uma infecção e precisou ser internada de forma imediata no hospital, chegando a ficar na UTI. No dia 14, fez o primeiro ciclo de quimioterapia, durante sete dias seguidos.

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“Não se entregar para a doença faz a diferença”

A vida de Amanda mudou totalmente. Hoje, ela aproveita a rede social dela, onde, junto com o marido Vicente, falavam sobre turismo e Gramado, para abrir as portas do seu coração e mostrar a rotina. E com muita coragem, demonstra a força que tem para vencer a doença.

“No primeiro momento, não acreditei que aquilo estava acontecendo comigo. Mas, eu sempre tive na minha cabeça, eu não me sinto doente. E quando recebi o diagnóstico não fiquei com medo. E até hoje, não tenho medo. Na minha cabeça, isso é um processo que preciso passar para ser curada logo. E não se entregar para a doença faz muita diferença, para o paciente, e é nisso que eu me agarro”, revela.

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A decisão de mostrar a luta partiu do casal e os resultados são positivos, com muitas mensagens de carinho. “Muita gente passa por isso, no Brasil todo. E é uma forma de eu ficar conectada, não me sentir tão trancada no hospital. E as pessoas têm dúvidas, não sabem como é o tratamento, eu vi que querem informações, por às vezes terem sintomas parecidos.”

Um momento marcante foi quando a empresária precisou cortar o cabelo. “Para a mulher, é um momento doloroso. Quando via, era sempre chorando. Mas eu não quis isso, eu quis mostrar que a gente fica bonita sim, e dá para olhar de uma forma diferente, mais leve”, afirma.

Amanda Sena vive batalha contra a leucemia



Amanda Sena vive batalha contra a leucemia

Foto: Arquivo pessoal

Processos

Amanda precisará passar por quatro ciclos de quimioterapia, em que cada internação pode durar entre 25 e 30 dias. Cada intervalo entre as etapas dura em torno de 20 dias. O tratamento de Amanda inclui um transplante de medula óssea. “As células atingiram o sistema nervoso da Amanda, por mais que faça a quimioterapia, elas ultrapassaram essa barreira”, justifica o marido.

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Como a irmã não foi compatível, atualmente, a gramadense está em um banco internacional de cadastro de doadores. “Pode demorar, em média de 2 a 3 meses para achar”, reitera Amanda. Caso ela encontre um doador compatível antes, não precisará fazer todos os ciclos de quimioterapia.

Sobre a doença

Conforme o Hospital Albert Einstein, a leucemia é uma doença maligna que afeta o sangue e que tem início nas células-tronco existentes na medula óssea, de onde se originam as células sanguíneas. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula vão sendo substituídas por células anormais cancerosas, que não cumprem suas funções. Pessoas de todas as idades podem ter a doença, apesar de ser mais comum em crianças.

Um dos grandes problemas desse tipo de câncer é a redução dos glóbulos brancos – que auxiliam no sistema imunológico. Isso provoca uma imunidade enfraquecida, o que acarreta num organismo mais sujeito a infecções muitas vezes graves ou recorrentes.

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A leucemia pode ser classificada como aguda ou crônica e há quatro tipos principais: mieloide aguda, mieloide crônica, linfocítica aguda e linfocítica crônica.

A doença pode ocorrer em qualquer idade, sendo a neoplasia mais comum entre as crianças.

Sintomas

Fraqueza, sangramentos, manchas roxas no corpo, dores nas pernas, emagrecimento, febre e gânglios aumentados estão entre os sinais de alerta. A frequência de infecções e a imunidade baixa também são sintomas de que há algo errado no organismo.

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