Mesa JK: pedra onde ex-presidente Juscelino fazia reuniões políticas ao ar livre resiste no Cerrado


Estrutura fica em área de preservação com 1,1 mil hectares. Historiador conta Fidel Castro e príncipe Akihito, do Japão, estão entre personalidades que teriam estado no local. Mesa JK é um local que faz parte da história de Brasília
Em um local escondido, em meio a uma área de preservação do Cerrado, resiste um importante espaço onde foi escrita parte da história do Distrito Federal. A Mesa JK, uma estrutura de pedra e cimento ao ar livre, era usada para importantes reuniões políticas do ex-presidente Juscelino Kubitschek durante a construção de Brasília.
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📌O presidente de Portugal Francisco Craveiro Lopes (1951 a 1958), o presidente norte-americano Dwight Eisenhower, o líder cubano Fidel Castro e o príncipe Akihito, do Japão, estão entre personalidades que supostamente estiveram na Mesa JK, segundo o historiador da Universidade de Brasília (UnB) Matheus Rosa.
À época dos encontros, JK morava no Catetinho, a primeira residência oficial do presidente na nova capital. A mesa fica a cerca de 5 quilômetros do chamado “Palácio de Tábuas”, que foi todo construído de madeira, e atualmente abriga um museu.
“Juscelino Kubitschek aproveitava essas estruturas para apresentar a construção da cidade a deputados, embaixadores e outras autoridades nacionais e estrangeiras. Podemos pensar a tal ‘mesa’ enquanto lugar de encontros – e também aspirações, discussões, divergências e acordos – como seria de se esperar em uma obra com a magnitude de Brasília”, diz o pesquisador.
Desde julho de 1998, o espaço onde fica a mesa se transformou em uma Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Granja do Ipê, com mais de 1,1 mil hectares. A estrutura, porém, está degradada, com rachaduras e fungos (saiba mais abaixo).
Local de trilhas
Trilheiros na Mesa JK
Arquivo pessoal
À pé, de bicicleta, de moto e até a cavalo, moradores do DF e turistas chegam até a Mesa JK por meio de trilhas existentes na reserva. 🌳 Dina Bastos é uma das condutoras desses grupos e diz que a trilha é aconselhada para quem não tem muita experiência e quer conhecer a história.
“Durante esses meus quatro anos de trabalho, já levamos mais de mil turistas ao local. É uma ótima trilha para iniciantes, o aceso é mais fácil. Inclusive, fazemos trilhas noturnas pelo local” , diz Dina.
Borboleta pousada sobre a ‘Mesa JK’, em Brasília
Mateus Rodrigues/g1
A área pertencente à Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e possui um conselho gestor, onde governo e sociedade civil atuam em conjunto. Dina é uma das que reclamam da falta de cuidado com a mesa JK.
É um lugar para respirarmos, o ambiente trás paz, mas é evidente que está abandonado. A mesa tem várias rachaduras, a escadinha que liga à nascente de baixo é praticamente inexistente”, conta Dina.

A reportagem questionou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre as últimas restaurações no local e possíveis investimentos, porém não tivemos resposta.
As imagens mostram as escadas da Mesa JK danificadas e com buracos
Nathalia Sarmento/ g1
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