Bolsonaro sabia e concordou com o plano de matar Lula, diz PGR

O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) sabia e concordou com o plano de matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações constam em denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) na noite desta terça-feira (18/2).

Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório revela que Jair Bolsonaro tinha conhecimento da execução do plano para assassinar Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, o plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, foi impresso em uma impressora do Palácio do Planalto pelo general da reserva Mário Fernandes, ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro. O documento foi impresso em 6 de dezembro de 2022, às 18h09.

Naquele dia, segundo Gonet, estavam sendo concluídas reuniões preparatórias para um decreto golpista. A Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou, por meio da análise de registros de Estações Rádio Base (ERBs), que, além do general, também estavam presentes no local o ajudante de ordens Mauro Cid, Rafael Martins de Oliveira, conhecido como “Joe”, e o próprio presidente Bolsonaro.

“A presença de JAIR BOLSONARO no local é confirmada pelo grupo de WhatsApp denominado “Acompanhamento”, composto pelos ajudantes de ordens do então Presidente, que informavam diariamente a sua localização. Em 6.12.2022, Diniz Coelho, Ajudante de Ordens, comunicou, às 17h56: ‘PR no Planalto’ e, somente às 18h31, relatou ‘PR no Alvorada’”, escreveu Gonet na denúncia.

Denúncia

Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa armada. Eles também poderão responder por dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) ocorre após uma força-tarefa da PGR analisar inquérito da Polícia Federal com mais de 884 páginas sobre as investigações que levaram ao indiciamento de 40 pessoas no total.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, considerou que o ex-presidente da República seria o líder de uma organização criminosa que atuou para planejar um golpe de Estado, que o manteria no poder mesmo após derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.

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