Denúncia do golpe: anotações de Heleno pediam para criticar urnas

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, mostra anotações do general Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), com diretrizes a serem seguidas para descredibilizar as urnas eletrônicas.

Na residência de Heleno Augusto foi encontrado uma agenda com anotações sobre o planejamento prévio do grupo para fabricar um discurso para descredibilizar as urnas eletrônicas. Heleno definiu algumas diretrizes estratégicas a serem seguidas.


Diretrizes estratégicas:

  •  Fazer um mapa com o levantamento das áreas onde o presidente possui aliados confiáveis.
  •  Não fazer qualquer referência a “homossexuais, negros, maricas, etc”. Evitar comentários desastrosos e generalistas sobre o povo brasileiro. Ao contrário, exaltar as qualidades do povo: lutador, guerreiro, alegre, otimista.
  •  Estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações. “É válido continuar a criticar a urna eletrônica”.

Na residência de Heleno também foram encontrados outros documentos relacionados a supostas inconsistências e vulnerabilidades das urnas eletrônicas, para servirem de base no discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro para levantar dúvidas sobre as urnas.

Denúncia

A denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) ocorre após uma força-tarefa da PGR analisar inquérito da Polícia Federal com mais de 884 páginas sobre as investigações que levaram ao indiciamento de 40 pessoas no total.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, considerou que o ex-presidente da República seria o líder de uma organização criminosa que atuou para planejar um golpe de Estado, que o manteria no poder mesmo após derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.

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