‘Alô, meu povão’, ‘Olha a Beija-Flor aí, gente’… Conheça histórias de ‘gritos de guerra’ do carnaval do Rio

Homenagens, expressões de sentimentos e até improvisos: saiba como surgiram os gritos mais conhecidos do Rio. Saiba mais sobre as histórias dos gritos de guerra dos intérpretes da Sapucaí
A cada início de um desfile ou de um ensaio, uma frase dá a deixa aos sambistas: são os chamados gritos de guerra que puxam os sambas-enredos.
Os “gritos” das escolas do Grupo Especial do Rio:
Mangueira – interpretado por Marquinho Art’Samba, a escola inicia com “Alô, Mangueira, agora é a nossa vez!”;
Unidos de Vila Isabel – é interpretado por Tinga, que brada: “Solta o bicho! Canta, canta, canta, Vila Isabel!”;
Salgueiro – é Igor Sorriso quem interpreta o chamado: “Minha escola é só felicidade. Vem comigo, vem comigo, vem comigo, Salgueiro!”;
Unidos da Tijuca – quem interpreta é Ito Melodia, que grita: “Escola do meu coração e de vocês também!”;
Viradouro – é Wander Pires quem puxa o: “Um, dois, três, a hora é essa!”;
Imperatriz Leopoldinense – Pitty de Menezes brada: “O sonho virou realidade!”;
Beija-Flor – “Olha a Beija-Flor aí, gente! Chora, cavaaaco!”, é tradicionalmente cantado por Neguinho da Beija-Flor;
Evandro Malandro, Grande Rio: “Que beleza, que beleza, que belezaaaaa Grande Rio!”;
Pixulé, da Paraíso do Tuiuti: “É muita habilidade, meu povo!”;
Gilsinho, da Portela “Vai na ginga, Portela!”;
Zé Paulo Sierra, da Mocidade: “Prepare o seu coração, que aí vem a escola da emoção. Lá vem a Mocidade Independente de Padre Miguel!”;
Bruno Ribas, da Unidos de Padre Miguel: “Está presente o Boi Vermelho da Zona Oeste. Entra em cena, Unidos de Padre Miguel!”.
As histórias por trás do grito
Ito Melodia conta que criou seu grito de guerra baseado no seu amor pela escola e que o trecho “eu vou incorporar” se refere a quando a esposa dele contou que estava apaixonada por ele.
O casal está junto há 23 anos. Já o “segura a marimba” é uma homenagem ao pai, Aroldo Melodia, que gostava de soltar pipa quando criança.
O grito de Wander Pires é uma homenagem a Ney Vianna, que fez história na Mocidade.
“Eu queria fazer uma homenagem ao Ney, mas ter meu próprio estilo”, conta o intérprete.
Já Pitty de Menezes conta que foi escolhido como intérprete da escola mirim e não tinha um grito de guerra oficial. Para ele, era a realização de um sonho e foi isso que ele quis traduzir no chamado.
“Eu falei ‘cara, meu sonho está virando realidade, hoje o sonho de uma criança que sempre sonhou ser cantor de escola de samba’. Embora fosse mirim, mas era meu sonho, estava se tornando realidade, então eu gritei o sonho virou realidade e hoje não é diferente”, conta ele.
De todos os gritos, um dos mais antigos e mais curtos da Sapucaí é: “Olha a Beija-Flor aí, gente”. Neguinho o criou junto com o início da sua carreira na escola, há 50 anos.
“Foi para chamar atenção da Beija-Flor, que até então ela era uma escola de porte médio, então para que as pessoas, o público, prestassem atenção”, conta o intérprete.
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