Trader: Dei 300 cliques, tive R$ 150 mil de prejuízo e paguei o preço da ansiedade

Fernando Hayne entrou no mercado financeiro em 2019 e, desde então, trilhou um caminho repleto de desafios até se consolidar como um trader consistente. Hoje, ele também atua na área educacional, ajudando outros traders a evitar erros comuns e a encontrar um método que funcione a longo prazo. O analista compartilhou sua trajetória no episódio 228 do GainCast.

Passos no mercado

Quando Hayne começou no mercado, a primeira operação que fez foi de swing trade. “Na primeira semana eu comecei e fiz R$ 10 mil. Então, assim, foi muito tranquilo. O mercado só subia”, conta.

No entanto, a ilusão com o mercado cobrou seu preço. “Ganhar dinheiro dá uma sensação de facilidade, sabe? E você acaba não se dedicando tanto ao estudo, achando que é fácil. Aí começa aquela fase derradeira, de devolver o dinheiro (para o mercado)”, narra.

O trader relembra um momento marcante de sua jornada: “Eu perdi uns 150 mil reais no total. Fui de pouquinho em pouquinho perdendo. Um dia acho que foi R$ 14 mil ou R$ 18 mil, não lembro. E aí depois fui tentando recuperar sem técnica”, relata. Esse período foi extremamente desafiador: “Cheguei a operar rezando. Eu falava: “caraca, mano, se isso aqui der certo, eu juro que eu paro”.

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Virada de chave

O ponto de mudança veio quando ele passou a estudar a análise técnica e a gestão de risco com mais profundidade: “Quando comecei a me encontrar na análise técnica, descobri como operar com stops mais curtos. Antes, eu operava de forma 100% ansiosa, com stops caros e muito medo ao montar a posição”, diz. Esse ajuste foi fundamental para sua consistência: “Hoje, passo a manhã sem fazer um clique no mouse se não for necessário”.

Ele também enfatiza a importância do controle emocional: “O que faz muitas pessoas quebrarem é justamente a falta de controle emocional. Quando você trabalha com stops curtos, você facilita demais a gestão do risco. Quando eu tomo um stop, não me machuca”.

Fernando também relembra um período em que sua ansiedade o fazia clicar excessivamente: “Já cheguei a fazer quase 300 cliques em uma manhã. Eu montava meu plano, mas quando sentava para operar, não conseguia ficar cinco minutos sem clicar no mouse. Isso me deixava muito estressado. Hoje, minha abordagem mudou completamente”.

Estilo operacional

Fernando se especializou na operação de contratos futuros de mini-índice, utilizando stops curtos e análise de contexto: “Minhas entradas e stops são baseados no gráfico de 2 minutos, sempre de acordo com a estrutura do mercado”.

Além disso, ele destaca a importância de analisar o contexto em tempos gráficos de maior periodicidade para uma tomada de decisão mais sólida e assertiva. “Óbvio que a análise não é só pelos 2 minutos. A análise de contexto eu faço pelo diário, 60 minutos, 15 minutos e 5 minutos”.

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Desafio de ensinar

Transmitir conhecimento nem sempre é uma tarefa fácil, especialmente quando se trata de um mercado tão desafiador quanto o financeiro. Fernando Hayne percebeu isso quando recebeu um pedido inusitado que mudaria sua forma de enxergar o ensino.

 “Tudo mudou quando uma menina chamada Janaína, de Salvador, me pediu uma mentoria. Eu falei: Eu não tenho curso, não tenho mentoria, você vai operar junto comigo e você vai ver o resultado. Ela fez 5 mil pontos com um contrato em um mês, e ali percebi que podia ajudar mais gente”, conta.

Atualmente, ele vê que muitos iniciantes entram no mercado sem a base correta: “A quantidade de pessoas que não sabe o que é uma barra de ignição, um pivô, é impressionante. Quando um iniciante se compromete a seguir um método testado, os resultados aparecem”, afirma.

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