Especialista analisa como as novas tarifas de Trump estão redesenhando a economia

Especialista analisa como as novas tarifas de Trump estão redesenhando a economia

As primeiras medidas econômicas do novo mandato de Donald Trump trouxeram reações variadas no mercado. A abordagem do governo em relação às tarifas comerciais, a política monetária e as decisões executivas moldam um cenário de incertezas e oportunidades para investidores. Enquanto alguns setores se beneficiam da moderação tarifária, outros analisam os riscos de eventuais retaliações. Entenda como o mercado financeiro tem interpretado esses primeiros movimentos e quais tendências podem surgir nos próximos meses.

“Relativamente às expectativas do mercado, não teve surpresas quanto ao tipo de políticas aplicadas”, afirmou José Maria, coordenador de alocação e inteligência da Avenue. Segundo ele, a estratégia tarifária seguiu um caminho diferente do esperado. “Ao invés de aplicar políticas mais agressivas frente aos parceiros, estas foram utilizadas como ameaça para trazer esses parceiros para a mesa de negociações e renegociar outras pautas.”

O mercado precificava uma postura mais rígida desde o primeiro dia de governo. No entanto, a administração Trump adotou uma abordagem mais moderada do que se esperava. “Acabou vindo mais moderado”, explicou José Maria, destacando que, apesar disso, houve um volume expressivo de ordens executivas, impactando diversas áreas.

Reação da bolsa de valores e do dólar às medidas iniciais

As expectativas do mercado giravam em torno das políticas tarifárias de Trump. “Por ter sido um pouco mais moderado do que poderia ser antecipado, tanto bolsa como juros acabaram por reagir positivamente”, explicou José Maria. Ele ressaltou que um cenário de tarifas mais agressivas poderia gerar impactos inflacionários e comprometer o crescimento do PIB, especialmente em setores como a indústria automotiva.

A interpretação do mercado foi de que o governo não avançou com medidas que poderiam prejudicar o ambiente econômico de forma imediata. Isso contribuiu para um desempenho positivo dos índices financeiros no curto prazo.

Política monetária do Federal Reserve sob a nova administração

O Federal Reserve manteve sua postura de dependência dos dados econômicos. “No cenário atual, dado as incertezas, a leve recuperação da inflação e um mercado de trabalho sólido, o Fed está em modo de pausa”, destacou José Maria. Segundo ele, o banco central dos Estados Unidos não vê necessidade de cortes de juros no curto prazo.

“Assim se manterá até uma sinalização de inflação mais controlada, desaceleração econômica ou maior clareza sobre esses dois componentes”, acrescentou. Dessa forma, investidores seguem atentos às movimentações do Federal Reserve sob Trump nos próximos meses.

Principais desafios do governo Trup nos próximos meses

As políticas tarifárias e a guerra na Ucrânia seguem como os principais focos da administração Trump. “Política tarifária e guerra na Ucrânia seguem sendo de longe os mais relevantes”, afirmou José Maria. Além disso, os desdobramentos das relações comerciais com a Europa também estão no radar do mercado.

Sobre um possível impacto negativo das políticas adotadas, José Maria avalia que o cenário atual não indica uma desaceleração econômica iminente. “Improvável, mas uma política tarifária agressiva que tenha muita retaliação poderia levar à desaceleração econômica e ter impactos negativos para a economia global.” A reação de outros países às medidas de Trump pode ser um fator determinante para a trajetória do crescimento econômico dos Estados Unidos.


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