Haddad: “Se o Brasil não crescer, não existe ajuste fiscal possível”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), voltou a defender o cumprimento do arcabouço fiscal pelo governo federal e disse que o objetivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “buscar o equilíbrio fiscal sem penalizar a população mais pobre” do país.

Haddad participou da abertura do “P3C – PPPs e Concessões: Investimentos em Infraestrutura no Brasil”, evento promovido pela Bolsa de Valores do Brasil (B3), em São Paulo. O encontro reúne representantes dos setores público e privado para debater concessões e parcerias no setor de infraestrutura.

Além de Haddad, também participaram do painel de abertura o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), e o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT).

Questionado sobre a necessidade de a União fortalecer os investimentos públicos ao mesmo tempo em que não pode descuidar da responsabilidade fiscal, o chefe da equipe econômica exaltou o arcabouço.

“O arcabouço fiscal já prevê um piso de investimento público. É a primeira lei federal que tenha estabelecido um piso para o investimento público no orçamento, juntamente para recuperar a ideia de que, se o Brasil não crescer, não existe ajuste fiscal possível”, disse Haddad.

Segundo o ministro da Fazenda, “durante 10 anos, o Brasil não cresceu, teve teto de gasto e recorde de déficit”.

“Quando o gestor fixa uma meta que só é factível com uma dinâmica de crescimento e ele não promove o crescimento, não adianta boa intenção de quem quer que seja”, afirmou Haddad.

“Se nós formos tenazes e perseverantes no cumprimento do arcabouço fiscal, ele vai convergir para uma situação de resultados primários cada vez melhores ao longo do tempo e vai, com crescimento, abrir mais espaço para investimento”, prosseguiu o ministro da Fazenda.

Haddad reconheceu, no entanto, que não se trata de “um trabalho simples”.

“Nós caímos numa armadilha lá atrás que nós estamos procurando corrigir”, disse o ministro. “A determinação do presidente Lula, que não é simples, é nós buscarmos o equilíbrio fiscal sem penalizar a população mais pobre. O desafio que ele nos colocou é compatibilizar essas duas coisas”, concluiu Haddad.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.