Líderes vão a Kiev apoiar Ucrânia no 3° aniversário da guerra

No dia em que a invasão russa à Ucrânia completa três anos, vários líderes estrangeiros estão em Kiev, nesta segunda-feira (24/2), para levar apoio à população e ao presidente Volodymyr Zelensky, em um momento crítico da guerra.

Durante a visita dos líderes estrangeiros, um alerta de ataque aéreo foi emitido em toda a Ucrânia. O presidente norte-americano, Donald Trump, tenta impor negociações de paz nos termos desejados pelo russo Vladimir Putin, por enquanto sem garantias de segurança à Ucrânia e aos países europeus.

A cúpula híbrida conta com a participação de treze líderes europeus e do Canadá e de 24 representantes estrangeiros por videoconferência. Eles discutem nesta tarde na cúpula de Kiev meios de continuar ajudando a Ucrânia, diante da reviravolta de Donald Trump a favor do presidente russo Vladimir Putin.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e outros dirigentes do bloco, também estão em Kiev, para reiterar o apoio aos ucranianos e ao presidente Volodymyr Zelensky.

O dia começou com um alerta a ataques russos. “Perigo de mísseis em todo o território da Ucrânia!”, escreveu a Força Aérea Ucraniana no Telegram, referindo-se à decolagem de uma aeronave russa portadora de mísseis MiG-31.

Em uma mensagem nas redes sociais, Zelensky saudou “três anos de resistência” e “heroísmo absoluto dos ucranianos” desde o início do conflito, agradecendo “a todos aqueles que defendem e apoiam” a Ucrânia.

O presidente ucraniano também pediu a troca de todos os prisioneiros de guerra para iniciar diálogo com Moscou, apelando por uma “paz real e duradoura” este ano.

“Destino da Europa em jogo”

“Nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em jogo. É o destino da Europa”, disse, por sua vez, Ursula von der Leyen em Kiev.

Antonio Costa anunciou uma cúpula europeia especial para 6 de março.

Na Alemanha, o líder dos democratas-cristãos alemães, Friedrich Merz, que venceu as eleições parlamentares de domingo (23) e tem todas as chances de se tornar o próximo chanceler, declarou como “prioridade absoluta” a criação de uma “capacidade de defesa europeia autônoma” como alternativa à “Otan em sua forma atual”.

A reviravolta dos Estados Unidos, após três anos de apoio militar ininterrupto, surpreendeu muitos ucranianos, que temem que seu país seja forçado a aceitar concessões territoriais em troca de um cessar-fogo.

Se o presidente ucraniano concordar em ceder à Rússia as regiões ocupadas que atualmente pelos russos, “os homens que estão lutando por nossa terra (…) não ouvirão Zelensky e continuaremos a pressionar”, alertou Oleksandr, comandante de uma unidade de artilharia da 93ª brigada. Muitos homens já perderam “suas casas, suas famílias, seus filhos” e não têm “mais nada a perder”, continuou o soldado ucraniano.

Nesta segunda-feira, um incêndio foi deflagrado na refinaria de petróleo de Ryazan, uma das maiores da Rússia, ao sul de Moscou, após um ataque de drones ucranianos, afirmaram as autoridades. Esta refinaria já foi atacada duas vezes em janeiro pela Ucrânia.

Protestos em apoio à Ucrânia ocorreram no domingo em Paris, Praga, Vilnius, em frente à embaixada russa em Washington e em várias outras cidades americanas. Outras manifestações estão previstas para esta segunda-feira, incluindo Londres e Sydney.

Explosão em Consulado russo em Marselha

Na França, um perímetro de segurança foi imposto no em torno do Consulado russo em Marselha, no sul do país, depois que três projéteis foram lançados, nesta segunda-feira, contra o muro, provocando uma explosão, segundo uma fonte da segurança. Não houve vítimas. Todos os funcionários e cônsul russos foram colocacos em locais protegidos.

Leia a reportagem completa no RFI, parceiro do Metrópoles.

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