Novo Hamburgo oficializa tombamento de mais prédios históricos; conheça os imóveis considerados patrimônio histórico

No último dia 10 de fevereiro, foi oficializado o tombamento de dois prédios históricos de Novo Hamburgo: o Casarão Friedrich e o prédio que hoje abriga a sede social do Grêmio Sindicato dos Funcionários Municipais (GSFM). Com isso, o governo municipal espera garantir a preservação dos imóveis históricos da cidade.

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Atingido por incêndio, Casarão Friedrich agora é tombado pelo patrimônio municipal e pode ver avançar obras de reconstrução | abc+



Atingido por incêndio, Casarão Friedrich agora é tombado pelo patrimônio municipal e pode ver avançar obras de reconstrução

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Com histórias diferentes, o tombamento dos dois prédios foi oficializado no Diário Oficial do Município (DOM), em ambos casos atendendo a demandas antigas da comunidade. “O Casarão Friedrich é uma das principais edificações históricas da imigração alemã, a saber, e talvez o mais antigo remanescente arquitetônico da história da população negra em nossa cidade e região”, ressalta o secretário de Cultura da cidade, Angelo Reinheimer.

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Mesmo antes de assumir a pasta, Reinheimer já defendia o tombamento do prédio, especialmente após os danos causados por um incêndio em fevereiro de 2021. Depois do incidente, o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (CMPHC) iniciou o processo para tombar o imóvel construído entre 1830 e 1840, que até então tinha proteção pelo instrumento do Inventário Municipal dos Bens Culturais, algo menos definitivo do que o tombamento.

Localizado no bairro Guarani, região que no passado foi chamada de África, o Casarão Friedrich possui ainda bens integrados, como atafona, senzala, estrebaria, entre outros. Estes bens integrados também devem passar por processos de tombamento em um processo de preservação e recuperação da história das diferentes culturas que construíram a cidade, como ressalta Reinheimer. “Há memórias para resgatar das culturas africana e alemã, sendo ação fundamental para a construção da identidade do povo hamburguense.”

Sede do GSFM

A história do prédio do Grêmio Sindicato dos Funcionários Municipais (GSFM) é diferente tanto na origem quanto no pedido de tombamento. Sem nenhum incidente que acelerasse o processo, a direção da entidade realizou o pedido para que o imóvel fosse tombado em 2018, o que só se concretizou agora em 2025.

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Sede social do Grêmio Sindicato dos Funcionários Municipais (GSFM) estava em processo de tombamento desde 2018 | abc+



Sede social do Grêmio Sindicato dos Funcionários Municipais (GSFM) estava em processo de tombamento desde 2018

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

O prédio foi construído no início do século XX, tendo sido erguido entre os anos de 1902 e 1903 em um terreno comprado em 1899. No dia 10 de maio de 1903, as obras foram concluídas e o local inaugurado como sede da antiga Sociedade de Cantores Frohsinn.

Durante 50 anos o local abrigou manifestações culturais da cidade, tendo sido inclusive sede do Coro Júlio Kunz, o mais antigo em atividade ininterrupta em Novo Hamburgo, que iniciou os trabalhos antes em 1888, antes do prédio ser erguido. “É, sem dúvida, uma das edificações mais importantes do Corredor Cultural de Novo Hamburgo por suas qualidades históricas e arquitetônicas”, comenta o secretário. O tombamento vem para reforçar as ações de proteção e preservação histórica do passado”, justifica Reinheimer.

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Acesso a recursos

Segundo a Secretaria de Cultura do município, além de garantir oficialmente a preservação dos prédios históricos, o tombamento municipal também permitirá acesso de verbas estaduais e federais para a proteção e realização de projetos. Entre as possibilidades está a busca de financiamento para conservação e restauro através de editais da Lei Rouanet, a nível federal, e da Lei de Incentivo à Cultura do Estado (LIC), na esfera estadual.

Também ficam garantidas diretrizes especiais para os imóveis do entorno dos prédios históricos. Isso não impede novos empreendimentos, mas exige o cumprimento de regras que preservem o espaço ao redor dos imóveis históricos.

Novos tombamentos

Tanto a sede do GSFM quanto o Casarão Friedrich ainda podem ter uma proteção mais ampla. Isso porque o governo municipal busca o reconhecimento histórico e cultura dos prédios junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Rio Grande do Sul (Iphae), órgãos que trabalham nas estruturas federal e estadual de proteção ao patrimônio.

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No âmbito municipal, outros prédios também podem estão com processos em avaliação de tombamento, sendo a solicitação mais recente da Casa CDL, um espaço cultural da entidade localizado na Rua Domingos de Almeida.

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