“A Latam, em todas as dimensões, teve o seu melhor ano em 2024 desde associação com a Lan”, afirma CEO

Jerome Cardier da Latam e1740513847774 "A Latam, em todas as dimensões, teve o seu melhor ano em 2024 desde associação com a Lan", afirma CEO

Jerome Cadier, CEO da Latam durante o Lacte 20 (Ana Azevedo/M&E)

SÃO PAULO – Durante o painel dos CEO’s, que encerra a programação do palco principal do Lacte 20, Jerome Cadier, CEO da Latam, afirmou que 2024 foi o melhor ano da história para a companhia e compartilhou sua visão e perspectivas para 2025. Segundo a projeção, a Latam deve crescer de 8% a 10% neste ano.

“A gente realmente teve um bom 2024, a Latam principalmente, acho que teve em todas as dimensões que a gente pode imaginar, desde engajamento de colaboradores, satisfação do cliente, até resultado financeiro, o seu melhor ano, desde que a gente começou a medir, ou seja, desde praticamente a associação com a Lan”, afirmou o executivo.

Para este ano, Jerome acredita numa demanda forte e crescimento sólido, porém ainda modesto perto do potencial.

“A gente olha para 2025 e tem alguns fatores positivos, a demanda vai continuar crescendo e estamos nos preparando para um ano entre 8% e 10% de crescimento de demanda versus o ano passado. A gente já está em níveis acima do pré-pandemia, tanto no internacional quanto no doméstico e vemos uma demanda resiliente aos patamares de preço, que realmente são patamares altos, mas que no fundo estão buscando compensar por esse câmbio que fez todos nós olharmos para 2025 com preocupação”, revelou.

Volatilidade e falta de aeronaves são os grandes desafios

Para o CEO, o grande desafio que a Latam – e a aviação brasileira como um todo, enfrenta esse ano é volatilidade. “É entender aonde vai parar essa taxa de câmbio. Diretamente, isso impacta 60 a 70% dos custos das companhias aéreas. Então, quando a gente fala de combustível, quando a gente fala de leasing, quando a gente fala de toda manutenção, é toda dolarizado. Então, o dólar tem um impacto muito forte e tem muita insegurança e volatilidade”, explicou.

Outro problema, segundo Cadier, é a falta de aeronaves. “A gente não tem a quantidade de aeronaves que a gente gostaria, primeiro porque os fabricantes não estão conseguindo cumprir os cronogramas originais de entrega das aeronaves que já estavam contratadas. Eles não voltaram a produzir a mesma quantidade de aeronaves do que antes da pandemia. Além disso, a gente está tendo mais aeronaves que estão precisando de manutenção dos motores. E não tem oficiais para produzir a mesma quantidade de aeronaves. Por incrível que pareça, a gente tem aeronaves paradas, com motor esperando a manutenção, mas não tem lugar no mundo pra colocar esse motor pra manutenção. E isso não vai melhorar até 2027”, disse.

“No fundo você acaba também tendo um preço um pouco mais alto justamente porque está faltando espaço nos aviões”

Se as condições estivessem superadas, o CEO acredita que os números poderiam ser ainda melhores.

“Eu acho que ainda tem um potencial para pelo menos mais 10% a 15% que a gente sente de demanda que não está conseguindo ser atendida, ou que acaba não vindo porque ela é desestimulada pelos preços altos, já que os aviões estão cheios. Se vocês olharem os load factors, que se chama ocupação dos aviões, ela está em níveis bastante saudáveis, acima de 83%. Quer dizer que tem muito avião que não tem um lugar, tem alguns de 70%, mas na média você está entre 82, 83%, que é a ocupação saudável. Então, no fundo você acaba também tendo um preço um pouco mais alto justamente porque está faltando espaço nos aviões”, finalizou.

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