Trump elogia departamento de Musk acusado de desmantelar a burocracia

Donald Trump realiza, nesta quarta-feira (26/2), a primeira reunião oficial de gabinete desde o início de seu segundo mandato presidencial. Apesar de não fazer parte do grupo, Elon Musk, conselheiro de Trump e chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), está presente na reunião e chegou a receber elogios do “chefe”.

De acordo com Trump, o Doge “cortou bilhões e bilhões e bilhões de dólares” em gastos para os EUA. Apesar da afirmativa, quase 40% dos contratos cancelados não devem gerar economia para o país, de acordo com dados do próprio governo americano. O Doge, por sua vez, anunciou uma economia estimada de US$ 65 bilhões.


O que aconteceu na reunião

  • Além dos elogios a Musk, Trump afirmou que agência ambiental cortará 65% ou mais de seus funcionários.
  • O presidente previu que plano de “cartão dourado”, anunciado nesta quarta-feira (26/2) para substituir programa de visto para investidores estrangeiros, pelo valor de R$ 28 milhões, vai “vender como louco”.
  • Trump afirmou, mais uma vez, que quer o Canadá como o 51º estado dos Estados Unidos.
  • Ele disse que não suspenderá tarifas para o Canadá e o México e que, em breve, anunciará tarifas para a União Europeia, “em carros e todas as outras coisas”.
  • O presidente norte-americano chamou Putin de “uma pessoa muito astuta” e um “cara muito inteligente.
  • Trump diz que os EUA “ficaram inchados, gordos, repugnantes e administrados de forma incompetente” em meio a criticas ao ex-presidente Joe Biden, chamando-o de “pior presidente da história do nosso país”.
  • O secretário de Saúde, Robert F Kennedy, disse que duas pessoas morreram de um surto de sarampo, mas não forneceu detalhes sobre as mortes.

O Doge, de Musk, é acusado de desmontar a administração pública dos Estados Unidos de forma não transparente.

De acordo com uma reportagem da revista Time, o bilionário lidera uma equipe, sem mandato legal claro e composta por funcionários temporários, que tem como objetivo realizar cortes de orçamento, demissões em massa e “desmantelar da burocracia”.

A Time cita como “modus operandi” do Doge o caso do fechamento da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAid).

Criada no auge da Guerra Fria, a agência era responsável por coordenar e distribuir toda a ajuda dos Estados Unidos enviada para situações de conflitos ou emergências – cerca de 40% de toda a ajuda humanitária aplicada no mundo.


O que diz a reportagem da Time

  • O Departamento de Eficiência Governamental (Doge) foi criado por Musk, com apoio do presidente Donald Trump, e se dedica a apontar medidas para diminuir gastos do governo.
  • A reportagem detalha como o Doge tem atacado várias agências governamentais, incluindo a USAid, o US Digital Service e o Office of Personnel Management (OPM), com corte de orçamentos, a remoção de funcionários de carreira e a aquisição de acesso a sistemas de computadores.
  • A revista afirma que as ações do Doge afetam diretamente a prestação de serviços essenciais, como ajuda externa, programas de saúde pública e esforços ambientais. Os funcionários estariam temendo pelo seu emprego e futuro.
  • A reportagem também estabelece paralelos entre a abordagem de Musk ao governo e a sua aquisição do Twitter. Assim como no Twitter, Musk está a oferecendo acordos de saída aos funcionários, com a mesma linha de assunto: “Bifurcação na estrada”.

A Doge ainda busca acesso ao Serviço de Receita Interna (IRS, na sigla em inglês), que armazena informações financeiras detalhadas de todos os contribuintes, empresas e organizações sem fins lucrativos dos Estados Unidos. A iniciativa levanta preocupações sobre privacidade, segurança e possíveis excessos do governo.

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