Braskem tem resultado para esquecer no 4T, com prejuízo de R$ 5,6 bi e ação cai forte

Braskem

A Braskem (BRKM5) encerrou 2024 com um resultado negativo expressivo, ampliando suas perdas e pressionando ainda mais sua posição financeira. Com isso, às 12h15 (horário de Brasília), BRKM5 caía 5,05% (R$ 11,46) nesta quinta-feira (27).

No quarto trimestre (4T24), a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 5,649 bilhões, um aumento de 259% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano, as perdas somaram R$ 11,320 bilhões, um crescimento de 147% em relação a 2023, segundo balanço financeiro divulgado pela empresa nesta quinta-feira (27).

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente da petroquímica foi de R$ 557 milhões, uma queda de 47% na comparação anual, enquanto a receita líquida de vendas subiu 15%, atingindo R$ 19,152 bilhões. Os números foram considerados muito abaixo das expectativas por analistas do mercado financeiro, com os relatórios da XP Investimentos e do Bradesco BBI apontando para uma deterioração ainda maior da situação operacional e financeira da companhia.

Por causa do resultado considerado desastroso, as ações da Braskem caem mais de 5%. Às 11h50 de hoje, o papéis eram negociados a R$ 11,41, liderando as maiores quedas no Ibovespa.

Para a XP Investimentos, o resultado ficou bem abaixo das estimativas, com um Ebitda 68% inferior ao esperado pela casa. A piora dos números foi atribuída principalmente à queda nos spreads petroquímicos, que já vinham pressionando os resultados ao longo do ano. O relatório menciona que os preços de resinas no Brasil recuaram 12% em relação ao trimestre anterior, enquanto os químicos básicos caíram 24%. No México, o polietileno apresentou uma desvalorização de 21%. “Nossas estimativas podem ter sido otimistas demais, considerando os efeitos do aumento das tarifas de importação e a valorização do dólar”, diz a corretora.

Além da retração nos spreads, os analistas dizem que o desempenho da Braskem foi afetado por despesas mais altas com provisões ambientais e custos de ociosidade. A dívida líquida da companhia subiu US$ 338 milhões no trimestre, totalizando cerca de US$ 6,1 bilhões. Com isso, a alavancagem atingiu 7,4 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda dos últimos 12 meses, uma elevação quando comparado com os 6,1 vezes do trimestre anterior.

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Decepcionado com o resultado da Braskem, o Bradesco BBI avaliou o desempenho da petroquímica como abaixo das projeções, destacando que o Ebitda recorrente de US$ 102 milhões ficou 70% abaixo do consenso de mercado. “Embora já esperássemos spreads e volumes fracos, contávamos com um impacto mais positivo da desvalorização do real e do aumento das tarifas de importação de resinas no Brasil”, escreve o banco.

Apesar da piora nos resultados, o Bradesco BBI apontou uma melhora no fluxo de caixa livre para o acionista, excluindo os impactos relacionados às compensações pelo desastre ambiental em Alagoas. A empresa queimou R$ 37 bilhões no trimestre, uma redução frente aos R$ 294 bilhões consumidos no período anterior. No entanto, o banco ressaltou que a recuperação da Braskem dependerá de uma reação nos spreads petroquímicos e na demanda global.

Diante desses resultados, o Bradesco BBI manteve recomendação outperform (desempenho maior que a do mercado) para as ações da Braskem negociadas nos Estados Unidos, com preço-alvo de US$ 8,50. A XP Investimentos, por sua vez, alertou para o nível elevado de alavancagem da companhia e a necessidade de melhora no ambiente de mercado para uma recuperação efetiva dos resultados.

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