Gol avança na fusão com a Azul e cancela registro de ações nos EUA

Gol avança na fusão Azul (Eric Ribeiro/M&E)

A Gol segue acelerando sua reestruturação e, como parte do processo de fusão com a Azul, decidiu encerrar oficialmente sua presença no mercado de capitais dos Estados Unidos. O conselho de administração da companhia aprovou, por unanimidade, o pedido de cancelamento do registro de suas ações preferenciais na SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA).

A decisão foi tomada em assembleia no dia 17 de fevereiro e anunciada nessa quarta-feira (26). Com isso, a empresa também desativa suas American Depositary Shares (ADSs), concluindo mais uma etapa da sua recuperação judicial no país.

O movimento vem após a exclusão dos American Depositary Receipts (ADRs) da Bolsa de Nova York, seguindo o plano para reestruturar suas dívidas bilionárias. Além do pedido à SEC, a diretoria recebeu autorização para tomar todas as medidas necessárias para finalizar o processo.

Desde janeiro de 2024, a Gol está em recuperação judicial nos EUA (Chapter 11), buscando reorganizar suas finanças. Em novembro do ano passado, fechou um acordo com credores para reduzir sua dívida em até US$ 2,5 bilhões. Como parte do plano, a companhia levantará até US$ 1,85 bilhão para quitar compromissos financeiros e reforçar seu caixa.

O plano de reestruturação, apresentado à Justiça americana em dezembro, inclui um novo projeto de investimentos para os próximos cinco anos. A expectativa é que o processo seja concluído até abril de 2025.

Fusão com a Azul pode mudar cenário da aviação

O avanço na recuperação judicial também é peça-chave para a fusão da Gol com a Azul. As duas companhias assinaram um memorando de entendimentos em janeiro para avaliar a combinação de negócios.

A proposta prevê que ambas as marcas sigam operando de forma independente, mas otimizem rotas e compartilhem aeronaves. Caso a fusão se concretize, a nova gigante do setor teria 60% do mercado doméstico, deixando a Latam, que hoje detém 40%, para trás.