The Economist compara Trump a Don Corleone e vê nova ordem global “mafiosa”

A revista britânica The Economist publicou, nesta quinta-feira (27), uma reportagem de capa na qual compara o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao personagem Don Corleone, do clássico “O Poderoso Chefão”.

(Reprodução)

A publicação argumenta que o republicano está liderando uma “nova ordem mundial”, baseada em alianças pragmáticas e táticas de coerção, que romperiam com o equilíbrio geopolítico estabelecido desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Alinhamento incomum

Um dos exemplos citados pela The Economist é a votação desta semana na Organização das Nações Unidas (ONU), na qual Estados Unidos, Rússia e Coreia do Norte se alinharam contra uma resolução sobre a guerra na Ucrânia. O posicionamento, que contrariou a tradição diplomática americana, foi descrito como um indicativo das novas prioridades da Casa Branca sob Trump.

A revista argumenta que essa nova abordagem faz parte de uma reconfiguração da política internacional, em que potências buscam negociar diretamente entre si e pressionar países menores a aceitar suas condições.

“Aproxima-se rapidamente um mundo no qual quem tem poder faz o que quer e em que grandes potências fecham acordos e intimidam as pequenas”, destaca a reportagem.

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Influência global

O artigo aponta que Trump estaria focado em acordos que beneficiem economicamente os EUA, mesmo que isso implique decisões controversas, como uma possível aproximação com Vladimir Putin.

A reportagem destaca, por exemplo, um acordo de exploração mineral na Ucrânia, que deve ser assinado nesta sexta-feira (28) entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma cerimônia na Casa Branca.

Segundo a The Economist, Washington teria imposto os termos do acordo a Kiev, aproveitando-se da fragilidade do país diante da guerra. Além disso, em vez de atuar como mediador no conflito, os EUA teriam priorizado negociações diretas com Moscou, excluindo a Ucrânia e outras nações europeias.

Novos aliados

Além de Putin, a revista britânica aponta que essa nova ordem mundial teria outros protagonistas, como o presidente chinês, Xi Jinping; o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu; e o alemão Friedrich Merz, que venceu as eleições no país e deve assumir o governo.

A publicação alerta que essa nova configuração pode tornar o mundo mais instável, tornando os EUA “mais fracos e pobres” no longo prazo.

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