Apesar de cobrança do Centrão, Lula inicia reforma dando poder ao PT

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez mais um movimento em sua reforma ministerial ao anunciar a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, no comando da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). A pasta é responsável pela articulação do governo com outros entes, incluindo o Congresso Nacional.

A parlamentar substituirá o atual ministro, Alexandre Padilha, que vai para o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade. Com as mudanças, o número de petistas no comando de ministérios chega a onze, três a mais do que no início do terceiro mandato. O movimento vai na contramão do que vinha sendo pleiteado por partidos do Centrão, que cobravam mais espaço no governo.

Como mostrou o Metrópoles, indicação de Gleisi frustrou o grupo, que viu o gesto como uma sinalização negativa do Planalto. O Centrão avaliava nomes como o de Isnaldo Bulhões, líder do MDB na Câmara dos Deputados, e Silvio Costa Filho, atual ministro de Portos e Aeroportos, como mais favoráveis à interlocução com parlamentares.

Veja as pastas chefiadas por nomes do PT:

  1. Secretaria de Relações Institucionais: Gleisi Hoffmann
  2. Secretaria-Geral da Presidência: Márcio Macêdo
  3. Casa Civil: Rui Costa
  4. Ministério da Fazenda: Fernando Haddad
  5. Ministério da Saúde: Alexandre Padilha
  6. Ministério da Educação: Camilo Santana
  7. Ministério da Igualdade Racial: Anielle Franco
  8. Ministério do Desenvolvimento Social: Wellington Dias
  9. Ministério do Trabalho: Luiz Marinho
  10. Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania: Macaé Evaristo
  11. Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar: Paulo Teixeira

Além de um número expressivo de ministérios, a sigla do presidente também tem na mão as pastas com maior potencial de capitalizar políticas públicas, a exemplo da Saúde, Educação e o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família e outros benefícios.

Vale lembrar que este movimento é visto como o início de uma reforma mais ampla, e novas mudanças devem ser feitas ao longo das próximas semanas, inclusive para acomodar nomes do Centrão.

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