Casada com policial civil preso, viúva de chefe do PCC está foragida

São Paulo Danielle Bezerra dos Santos, viúva do gerente do Primeiro Comando da Capital (PCC) Felipe Geremias dos Santos, o Alemão, morto em 2019, teve a prisão por tempo indeterminado decretada pela Justiça, nessa quinta-feira (27/02). Ela estava foragida até a publicação desta reportagem.

O pedido de prisão, feito pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), foi direcionado para Danielle e mais 11 suspeitos de envolvimento com um organização criminosa que presta serviços para a maior facção criminosa do país.

Seu atual marido, o policial civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho — que está preso — é apontado como membro do mesmo grupo criminoso de Danielle, o qual teria participação no assassinato do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, executado oito dias após delatar a relação de policiais com o PCC, em 31 de outubro.

Viúva do Alemão

Investigação da Polícia Federal (PF), obtida pelo Metrópoles, mostra que Felipe Geremias dos Santos, o Alemão, era um dos principais gerentes da facção nas regiões de Santo André e Mauá, na Grande São Paulo, além de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Ele arrecadava ao PCC, mensalmente, cerca de R$ 400 mil.

Apuração feita à época mostra que Alemão era o principal elo, nas ruas, entre Rabugento e Gordo, ambos responsáveis pela prestação de contas na ocasião à cúpula do PCC que estava encarcerada.

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Rogerinho casou-se com viúva de gerente do PCC que fazia elo da rua com a cúpula na cadeia

Marido e mulher também são sócios em empresas investigadas pela PF

Casal viajava para vários países
Rogerinho e a esposa gostavam de ostentar na internet
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Rogerinho e a esposa gostavam de ostentar na internet

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Rogerinho casou-se com viúva de gerente do PCC que fazia elo da rua com a cúpula na cadeia

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Marido e mulher também são sócios em empresas investigadas pela PF

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Casal viajava para vários países

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Rogerinho e a esposa gostavam de ostentar na internet

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O gerente foi preso em 2009, pela Polícia Militar, no momento em que participava de uma reunião com mais 17 integrantes do PCC. Ele foi denunciado pelo MPSP por associação criminosa, uso de documentos públicos falsos e corrupção.

Ele e Danielle ficaram casados até a morte do criminoso. Depois disso, a mulher se uniu ao agente de telecomunicação da Polícia Civil Rogerinho. Ela foi incluída como sócia em empresas usadas por ele para lavar dinheiro, como indicam investigações pautadas por relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Rogerinho é apontado pela PF e pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, como integrante de uma quadrilha de policiais — que agia em parceria com o PCC em atividades criminosas.

Rogerinho e todos os seus comparsas da Polícia Civil foram presos sob a suspeita de atuar em benefício do PCC e pelo suposto envolvimento deles no assassinato do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach.

Esposa e sócia

Após casar com a viúva do gerente do PCC, Rogerinho tornou-a sócia em uma clínica médica e em uma consultoria em segurança. Rogerinho também é sócio, sem a participação da esposa, em uma construtora e incorporadora, além de uma empresa de administração de bens.

Antes de ser assassinado, com dez tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em 8 de novembro, Gritzbach afirmou ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) que Rogerinho furtou parte de seus relógios de luxo, com os quais aparece em fotos no Instagram em vários países, como Estados Unidos, Suíça, Grécia e Portugal. Nos registros de ostentação, ao seu lado está a viúva de Alemão (veja galeria acima).

A vida de luxo do casal, como aponta relatório de inteligência financeira, resulta de “operações suspeitas” nas suas empresas. Em um mês, uma das empresas de Rogerinho e da esposa movimentou pouco mais de R$ 500 mil em 2020, “com indícios de recursos incompatíveis com o patrimônio”.

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Rogerinho Punisher e Delegado da Cunha

Rogerinho e Da Cunha
Fábio Baena e Rogerinho foram alvo de mandados de prisão nesta terça (17)
Rogerinho é citado em delação de Antonio Gritzbach
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Rogerinho se diz segurança do cantor Gusttavo Lima

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Fábio Baena e Rogerinho foram alvo de mandados de prisão nesta terça (17)

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Rogerinho é citado em delação de Antonio Gritzbach

Também durante 30 dias, em 2021, a mesma empresa do casal movimentou R$ 854 mil, “valores incompatíveis com o faturamento mensal das pessoas jurídicas”, diz trecho do documento do Coaf, indicando suspeita de lavagem de dinheiro.

A defesa do casal não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.

Quem é Rogerinho

Rogerinho, que fazia eventualmente a segurança do cantor Gusttavo Lima, foi citado pelo corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, em sua delação à Promotoria paulista.

Além dele, o delator mencionou o envolvimento com o crime organizado do investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro e do delegado Fábio Baena Martin, atualmente presos. Todos, assim como Rogerinho, trabalhavam no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

O agente de telecomunicações é sócio de uma clínica de estética, de uma empresa de segurança privada e de uma construtora que ergueu cinco condomínios de 37 casas no litoral sul paulista.

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