Dólar acelera alta e chega a R$ 5,90 com Gleisi ministra e discussão Trump-Zelensky

O dólar acelerava os ganhos e voltou a superar os R$ 5,90 durante a tarde em uma sessão já de ganhos para a divisa americana, com os investidores repercutindo o noticiário político. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 5,908.

A aceleração do avanço da moeda ocorreu junto com a piora dos mercados globais, após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarem em conflito nesta sexta-feira durante encontro. Zelensky pediu a Trump que seja cauteloso com a Rússia e Trump acusando-o de ser desrespeitoso, à medida que as diferenças latentes se tornavam públicas.

Os dois líderes se encontraram no Salão Oval antes de um evento no qual se esperava que assinassem um acordo para a participação dos EUA no setor mineral da Ucrânia. Mas Zelenskiy desafiou abertamente Trump por sua abordagem mais branda em relação ao presidente russo, Vladimir Putin.

Zelenskiy rebateu as afirmações de Trump de que as cidades ucranianas foram reduzidas a escombros por três anos de guerra. Trump enfatizou que Putin quer fazer um acordo. Tal conflito levantou preocupações sobre o aumento dos riscos geopolíticos.

Durante a tarde, a divisa já tinha acelerado em meio à escolha do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, seja a ministra de Relações Institucionais (SRI) no lugar de Alexandre Padilha, anunciado como próximo ministro da Saúde.

“Ela é muito mal vista até mesmo por parlamentares, não só pelo mercado. O temor é que ajudará a piorar a questão de articulação do governo que já não se tem”, disse ao Broadcast o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Além disso, o último dia do mês é tradicionalmente momento de maior volatilidade para a moeda, pela formação da taxa Ptax.

Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial

O dólar já registrava alta ante o real nas primeiras negociações a caminho de fechar a semana com ganhos, à medida que os investidores assimilavam novos dados de inflação dos Estados Unidos e ponderavam sobre os efeitos dos planos tarifários de Trump.

O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,3% em janeiro ante dezembro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Departamento de Comércio do país.

A projeção média dos economistas consultados pela Reuters era de que o núcleo subisse 0,3% na base mensal e 2,6% na base anual. Para o índice cheio, a projeção era de alta também de 0,3% mensalmente e 2,5% ano a ano, o que também se concretizou.

Qual é a cotação do dólar hoje?

Às 16h27, o dólar comercial subia 1,25%, a R$ 5,901 na compra e R$ 5,901 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,93%, a 5.931 pontos.

Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,47%, a R$5,8293.

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Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,875
  • Venda: R$ 5,875

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,905
  • Venda: R$ 6,085

O que acontece com o dólar hoje?

O governo norte-americano informou nesta manhã que seu índice PCE — o indicador de inflação preferido do Federal Reserve — subiu 0,3% em janeiro na base mensal, mesma alta registrada em dezembro. Em 12 meses, o ganho foi de 2,5%, abaixo do avanço de 2,6% no mês anterior.

Em relação ao núcleo do PCE, houve leve aceleração na alta mensal em janeiro, a 0,3%, de um ganho de 0,2% em dezembro, enquanto a taxa anual desacelerou para um avanço de 2,6% no mês, de uma alta de 2,9% anteriormente.

Os números vieram exatamente como projetado por analistas em pesquisa da Reuters, provocando baixa volatilidade nas negociações dos mercados de câmbio globais, incluindo no Brasil.

O principal evento econômico do dia manteve as apostas de operadores sobre a trajetória da taxa de juros do Fed praticamente inalteradas, com manutenção da expectativa por pelo menos dois cortes de juros neste ano, com o primeiro movimento possivelmente em junho.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,07%, a 107,280.

No Brasil, o dólar atingiu a cotação máxima da sessão, R$5,8598 (+0,52%), antes da divulgação do relatório, às 9h24, marcando minutos depois a mínima do dia, a R$5,8233 (-0,1%), às 10h13.

Os números desta sexta vieram na contramão dos dados de inflação ao consumidor mais fortes do que o esperado neste mês, que haviam alertado os mercados sobre as pressões inflacionárias nos EUA.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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