Dólar sobe a R$ 5,91 com Gleisi ministra e tensão na Casa Branca; moeda avança no mês

O dólar fechou com fortes ganhos e voltou a superar os R$ 5,90 no último pregão de fevereiro, com os investidores repercutindo o noticiário político aqui e no exterior. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 5,918.

Nesta sessão, o maior avanço da moeda ocorreu junto com a piora dos mercados globais, após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarem em conflito nesta sexta-feira durante encontro. Zelensky pediu a Trump que seja cauteloso com a Rússia e Trump acusando-o de ser desrespeitoso, à medida que as diferenças latentes se tornavam públicas.

Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial

Os dois líderes se encontraram no Salão Oval antes de um evento no qual se esperava que assinassem um acordo para a participação dos EUA no setor mineral da Ucrânia. Mas Zelenskiy desafiou abertamente Trump por sua abordagem mais branda em relação ao presidente russo, Vladimir Putin.

Zelenskiy rebateu as afirmações de Trump de que as cidades ucranianas foram reduzidas a escombros por três anos de guerra. Trump enfatizou que Putin quer fazer um acordo. Tal conflito levantou preocupações sobre o aumento dos riscos geopolíticos.

No início da tarde, a divisa já tinha acelerado em meio à escolha do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para que a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, seja a ministra de Relações Institucionais (SRI) no lugar de Alexandre Padilha, anunciado como próximo ministro da Saúde.

“Ela é muito mal vista até mesmo por parlamentares, não só pelo mercado. O temor é que ajudará a piorar a questão de articulação do governo que já não se tem”, disse ao Broadcast o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Cabe ressaltar ainda que a manhã desta sexta-feira foi marcada pela disputa entre comprados e vendidos pela formação da taxa Ptax de fim de mês. Calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Agentes também buscavam o dólar como forma de proteção antes do período de Carnaval, que manterá os mercados fechados no Brasil até quarta-feira. Em função disso, a moeda norte-americana se manteve em alta durante praticamente toda a manhã.

A semana foi desastrosa para o real, com o dólar acumulando alta de 3,25%. No mês a moeda norte-americana ainda acumulou ganhos de 1,39%.

Qual é a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial subiu 1,50%, a R$ 5,916 na compra e R$ 5,916 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,93%, a 5.931 pontos.

Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,47%, a R$5,8293.

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Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,916
  • Venda: R$ 5,916

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,946
  • Venda: R$ 6,126

O que aconteceu com o dólar hoje?

Além do fator Carnaval, discussão Trump-Zelensky e indicação de Gleisi, cabe ressaltar que o dólar já registrava alta ante o real nas primeiras negociações do dia, à medida que os investidores assimilavam novos dados de inflação dos Estados Unidos e ponderavam sobre os efeitos dos planos tarifários de Trump.

O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,3% em janeiro ante dezembro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Departamento de Comércio do país.

A projeção média dos economistas consultados pela Reuters era de que o núcleo subisse 0,3% na base mensal e 2,6% na base anual. Para o índice cheio, a projeção era de alta também de 0,3% mensalmente e 2,5% ano a ano, o que também se concretizou.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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