Dona de bar de samba diz que afastou filho acusado de agredir cliente

São Paulo — A dona do Boteco Dona Tati, Sebastiana Alves Martins, onde uma cliente relatou ter sido vítima de agressão por parte do filho da proprietária, afirmou que Thiago Martins foi afastado das funções. Segundo ela, o filho estava envolvido no episódio e “colaborava apenas com a curadoria musical do espaço, sem qualquer participação na administração da casa”. A vítima é a gerente comercial Tatiana Marino de Melo, de 46 anos.

Em pronunciamento oficial, a proprietária disse que há mais de 20 anos construiu o espaço com esforço e amor para ser um refúgio de cultura, acolhimento e resistência. “Ver o nome do Boteco associado a um episódio de violência me entristece profundamente”, falou.

Ela afirmou que, no sábado (22/2), houve uma confusão na área externa do local, que resultou em ferimentos a mais de um dos envolvidos. Sebastiana lamentou profundamente o ocorrido. “Não compactuo com violência de nenhuma forma. Vai contra tudo o que acredito e o que o Boteco da Dona Tati representa”, admitiu.

O bar vai ficar fechado durante todo o período do Carnaval. “Essa é uma escolha necessária diante da seriedade que a situação pede e para que possamos nos reorganizar com calma e responsabilidade”, anunciou, em nota.

O Boteco da Dona Tati vai colaborar com a investigação policial. O acusado, Thiago Martins, informou, por meio da defesa, que está à disposição das autoridades e que, oportunamente, vai se manifestar.

Cliente agredida

  • Tatiana Marino de Melo relatou que foi vítima de agressão por parte do “dono do bar” Boteco Dona Tati, localizado na Rua Conselheiro Brotero, região da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, no sábado (22/2). Em um post no Instagram, ela disse ter sido atingida no rosto por uma garrafa de cerveja.
  • O Metrópoles apurou que Thiago Martins, que se apresentou como dono do bar para a vítima, é filho da dona, chamada Sebastiana Alves Martins.
  • Na publicação, Tatiana chamou Thiago de “um homem bêbado, intolerante, agressivo e um monstro”. Procurada pela reportagem, a vítima contou que a discussão começou quando ela afastou um bistrô, menos de 30 centímetros, e o homem, que se identificou como proprietário, afirmou que não era possível “mexer na estrutura do local”.
  • “Ele acabou com meu rosto, tive cortes profundos no rosto e no braço, que se tivessem sido no pescoço ele teria me matado”, lamentou a gerente comercial.
  • Segundo o boletim de ocorrência, quando Tatiana afastou o bistrô, um indivíduo a abordou, insistindo que ela não podia fazer aquilo. Ela, então, questionou se ele trabalhava no bar e ele disse ser o dono. Em seguida, Thiago abordou o marido da vítima, Paulo, e eles discutiram. O casal, então, se retirou do estabelecimento.
  • Do lado de fora, antes da agressão, Tatiana conversava com o segurança, que falava para ela ficar calma e que o “dono do bar” estava bêbado.  Ela, então, decidiu ir embora e Thiago deu a garrafada, que atingiu a mulher no rosto.

    Veja:
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Mulher acusa dono de bar da Barra Funda de agressão

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Mulher acusa dono de bar da Barra Funda de agressão

Arquivo pessoal

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Mulher acusa dono de bar da Barra Funda de agressão

Arquivo pessoal

Ao Metrópoles, a gerente comercial disse que era a terceira ou quarta vez que ia ao Boteco Dona Tati. “Eu estava perto da saída [do bar], porque dentro da casa é muito cheio e muito quente. Eu estava encostada em um bistrô e tinham muitas pessoas dividindo o bistrô com a gente, pedindo para apoiarem copos e garrafas. A moça que estava na minha frente puxou um pouquinho o bistrô pra frente, que não foram nem 30 centímetros, pra facilitar para o pessoal apoiar as garrafas e os copos […] Foi esse o motivo”, contou.

Quando Tatiana estava saindo do estabelecimento, ela disse que um rapaz que estava na rua, apenas de curioso, acompanhando a conversa, perguntou o que estava acontecendo. Ela respondeu que “o cara cismou comigo por causa de um bistrô”, ao que o transeunte teria respondido: “Liga não, o cara [Thiago] está bem louco”. Nessa hora, segundo o relato de Tatiana, o dono do bar veio por cima do ombro do rapaz que estava na rua e estourou a garrafa na cara da vítima.

“Nisso eu perdi o sentido. Algumas pessoas me tiraram de lá, não sei quem são essas pessoas, não são pessoas conhecidas minhas, porque as pessoas que estavam ali comigo, um casal, meu marido e todas as outras que estavam ali na hora foram pra cima dele”, relatou Marino.

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