Assim como Trump, Orban, da Hungria, quer que a UE tenha conversa direta com a Rússia

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, pediu que a União Europeia inicie discussões diretas com a Rússia sobre um cessar-fogo na Ucrânia e abandone os planos de uma declaração conjunta em uma cúpula extraordinária da UE na próxima semana, dizendo que as diferenças no bloco “não podem ser superadas”.

Sob o comando do presidente Donald Trump, os Estados Unidos iniciaram conversas com a Rússia sobre o fim da guerra na Ucrânia, mas sem Kiev ou a UE na mesa, e Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky entraram em conflito em uma reunião na Casa Branca nesta sexta (28).

Diferenças estratégicas

Em uma carta ao presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, relatada pela primeira vez pelo jornal alemão Welt e vista pela Reuters, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, disse sobre a UE que havia “diferenças estratégicas em nossa abordagem à Ucrânia que não podem ser superadas”.

“Estou convencido de que a União Europeia – seguindo o exemplo dos Estados Unidos – deve entrar em discussões diretas com a Rússia sobre um cessar-fogo e uma paz sustentável na Ucrânia”, disse Orban, um aliado de Trump, na carta.

Inconciliável

Ele disse que essa abordagem não era conciliável com o projeto de conclusões para a cúpula da UE da próxima quinta-feira (6), que deve se concentrar em apoio adicional à Ucrânia, garantias de segurança europeias e como pagar pelas necessidades de defesa europeias.

“Portanto, proponho não tentar adotar conclusões por escrito sobre a Ucrânia”, disse Orban, aludindo ao fato de que as decisões nas cúpulas da UE precisam ser tomadas por unanimidade.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no início de 2022, Orban surgiu como um crítico das sanções da UE contra Moscou e do apoio financeiro e militar do bloco à Ucrânia.

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