Aumento do salário mínimo deixou o botijão de gás mais acessível?

Aumento do salário mínimo deixou o botijão de gás mais acessível?

Entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, o preço médio do botijão de gás de 13 kg no Brasil registrou um aumento de 6,42%, atingindo o valor de R$ 107,41. Esses dados foram divulgados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

E fazem parte de um estudo sobre o salário mínimo e o gás realizado pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (SindiGas). Durante o mesmo período, a margem bruta de revenda teve uma redução de 9,06%, enquanto outros componentes do preço, como a margem de distribuição e os tributos, subiram 12,48% cada.

A relação entre o preço do gás e o salário mínimo

O estudo também revela que o preço de realização do produtor aumentou 15,18%. Uma análise interessante é a relação entre o preço do gás e o salário mínimo ao longo dos anos.

Em 2015, o botijão representava 4,1% do salário mínimo, enquanto em 2024 essa proporção caiu para 3,7%. Essa relação variou entre 3,5% em 2019 e 4,7% em 2018, com um ponto fora da curva em 2020, quando foi de 3,1%.

Como o governo planeja lidar com o custo do GLP?

O governo brasileiro, sob a liderança de Lula, está atento ao impacto do custo do GLP no orçamento das famílias. Em resposta, há planos para expandir o programa Auxílio Gás, que atualmente beneficia 5,49 milhões de famílias com R$ 104 mensais que já ajuda a economizar no salário mínimo, para alcançar 20 milhões de famílias até o final de 2025 com o benefício.

Contudo, a aprovação do orçamento para 2025 ainda está pendente, o que gera incertezas sobre os recursos disponíveis e a forma de implementação do programa. Além disso, o uso de lenha como fonte de energia nas residências brasileiras tem mostrado flutuações ao longo dos anos.

Em 2005, a lenha representava 37,7% da matriz energética residencial, superando a eletricidade. No entanto, sua participação diminuiu até 2012/2013, quando o GLP a superou. Projeções indicam que, em 2025, o gás de botijão deve novamente ultrapassar a lenha, com uma participação de 26% contra 20%, enquanto a eletricidade permanece acima de 50%.

Impactos econômicos e sociais

Aumento do salário mínimo deixa o botijão de gás mais acessível
Fogão a lenha – Créditos: depositphotos.com / fredpinheiro.hotmail.com.br

O aumento no preço do gás de cozinha e a oscilação no uso de lenha refletem diretamente nas condições econômicas e sociais do país. Durante períodos de crescimento econômico e aumento salarial, o GLP tende a ser mais utilizado.

Em contrapartida, em tempos de recessão e desemprego elevado, a lenha volta a ser uma opção predominante nas cozinhas brasileiras. Essa dinâmica evidencia a relação entre a economia doméstica e as escolhas energéticas das famílias.

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