Carnaval 2025: a ressaca realmente piora com a idade? Entenda por quê

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O álcool pode ter um impacto cada vez maior no organismo conforme envelhecemos, tornando a recuperação de uma ressaca mais difícil. 

Conforme a idade começa a aumentar, o metabolismo desacelera, a hidratação se torna menos eficiente e os efeitos da bebida permanecem no corpo por mais tempo. Mas a partir de quando isso acontece? E quais fatores tornam a ressaca pior com o passar dos anos?

Para muitos foliões, a ressaca é uma consequência inevitável do Carnaval, que sempre vai acontecer conforme o nível de álcool que foi ingerido durante as festas. 

Mas não é novidade ou até mesmo algo incomum que, com o passar dos anos, os sintomas da ressaca parecem se intensificar. 

O que antes era apenas um leve desconforto pela manhã pode se transformar em um dia inteiro de fadiga, dor de cabeça e mal-estar. Mas será que a idade realmente piora os efeitos do álcool?

  • O que acontece no organismo conforme envelhecemos?
  • Álcool e sistema digestivo: o impacto da idade
  • A partir de quando o corpo começa a sentir mais dificuldade?

O que acontece no organismo conforme envelhecemos?

Segundo Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, com o envelhecimento, ocorrem alterações metabólicas como redução na atividade das enzimas hepáticas (ADH e ALDH), o que leva a um metabolismo mais lento. 

“A diminuição da massa muscular pode aumentar a concentração de álcool no sangue, assim como o menor volume de água corporal, elevando a taxa de alcoolemia e os efeitos adversos”, disse.

Além disso, a especialista explica que mudanças hormonais também tornam a recuperação mais difícil, como a redução da sensibilidade à insulina. Isso pode ocasionar em uma maior predisposição à hipoglicemia após o consumo de álcool. 

“Também há alterações nos níveis da melatonina, impactando na qualidade do sono e na recuperação”, destaca Elaine.

Álcool e sistema digestivo: o impacto da idade

Os efeitos do envelhecimento também podem ser sentidos no sistema digestivo. O cirurgião gastrointestinal Lucas Nacif, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), explica que o envelhecimento pode tornar o corpo mais sensível aos efeitos do álcool, uma vez que a idade influencia qualquer resposta do nosso organismo.

“O metabolismo do álcool se torna mais lento, prolongando seus efeitos no organismo. Contudo, o risco relacionado ao álcool está diretamente relacionado com a quantidade e frequência do seu consumo, independente da idade ou outros fatores”

— Lucas Nacif, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD)

Ou seja, quanto maior o consumo de álcool ao longo da vida, maior a probabilidade de desenvolver problemas digestivos, como gastrite, refluxo e inflamações no fígado e no pâncreas.

A partir de quando o corpo começa a sentir mais dificuldade?

Embora não haja uma idade exata, Elaine explica que “estudos sugerem que as dificuldades começam a se tornar mais evidentes a partir dos 30, 40 anos”. 

Segundo ela, isso ocorre porque “o metabolismo hepático começa a desacelerar, o organismo já apresenta menor eficiência na eliminação do acetaldeído e a capacidade antioxidante e a regeneração celular diminuem”.

Com o passar dos anos, essas alterações se intensificam. A partir dos 50 anos, esses efeitos ficam ainda mais pronunciados, devido às alterações fisiológicas e ao impacto cumulativo do álcool ao longo da vida.

Para evitar uma ressaca mais severa, especialistas recomendam moderação no consumo, hidratação constante e uma alimentação equilibrada antes, durante e depois da ingestão de bebidas alcoólicas. 

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