Após forte recuo da véspera, taxas futuras longas sobem em dia de câmbio acomodado

Em uma sessão de câmbio acomodado no Brasil e sem divulgação de dados econômicos de maior impacto, as taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em alta na ponta longa da curva de juros, em paralelo ao leve avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

No fim da tarde desta quinta-feira a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 — um dos mais líquidos no curto prazo — estava em 14,79%, praticamente estável ante o ajuste de 14,797% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,775%, ante o ajuste de 14,771%.

Entre os contratos mais longos, após a forte queda da véspera a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,95%, em alta de 10 pontos-base ante 14,848% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,93%, ante 14,834%.

Na tarde de quarta-feira, no retorno do Carnaval, as taxas futuras haviam apresentado fortes baixas, acompanhando o forte recuo do dólar ante o real. Nesta quinta-feira, com o dólar oscilando entre estabilidade e leve alta ante o real, os movimentos na curva brasileira também foram limitados.

“Não tivemos dados econômicos relevantes no Brasil, e ninguém está querendo colocar o pé muito forte (no mercado), vindo de feriado”, comentou durante a tarde Lais Costa, analista da Empiricus Research. “Nos Estados Unidos, permanecem as incertezas grandes sobre as falas do Trump”, acrescentou.

Como nos dias anteriores, investidores se mantiveram atentos aos desdobramentos da guerra tarifária entre EUA e alguns de seus principais parceiros comerciais, e novamente o presidente norte-americano, Donald Trump, aliviou tarifas anteriormente anunciadas — desta vez, no caso do México.

Após ligação com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, Trump informou que o México não será obrigado a pagar tarifas sobre qualquer mercadoria que se enquadre no acordo comercial Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) até 2 de abril, data em que estão previstas tarifas recíprocas para todos os países.

Na véspera, Trump já havia concordado em adiar por um mês as tarifas de 25% sobre México e Canadá para veículos que estivessem em conformidade com as regras de origem do USMCA.

Neste cenário, as taxas longas dos Treasuries exibiam leves altas durante a tarde, enquanto as curtas estavam praticamente estáveis. No Brasil, o desenho da curva era semelhante, com estabilidade na ponta curta e alta na longa.

Perto do fechamento desta quinta-feira a curva brasileira precificava 86% de probabilidade de alta de 100 pontos-base da taxa básica Selic em março, como vem indicando o BC. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.

As dúvidas maiores seguem girando em torno de o que será feito com a Selic a partir de maio. Na quarta-feira o mercado de opções de Copom da B3 precificava 51,00% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio, 15,50% de chances de elevação de 75 pontos-base, 11,00% de probabilidade de alta de 25 pontos-base, 10% de chances de manutenção e 8,50% de chances de nova alta de 100 pontos-base.

“A atividade deste primeiro trimestre vai ser o ponto que vai definir onde vamos parar (no ciclo da Selic). Neste ponto, estamos mais otimistas, principalmente por conta da resiliência do mercado de trabalho”, comentou Costa, da Empiricus. “Achamos que teremos (após março) mais uma (elevação) de 50 e mais uma de 25 (pontos-base).”

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dois anos — que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo — tinha queda de 2 pontos-base, a 3,965%. Já o retorno do título de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 1 ponto-base, a 4,277%.

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