Europa concorda com plano bilionário para reforçar a segurança do continente


A reunião de emergência desta quinta-feira (6), em Bruxelas, foi para tratar da defesa não apenas da Ucrânia, mas da própria Europa diante da Rússia. Europa concorda com plano bilionário para reforçar a segurança do continente
A União Europeia fez um acordo nesta quinta-feira (6) para aumentar os gastos com defesa em cerca de R$ 5 trilhões. O bloco teme que a Rússia decida invadir outro país depois da Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, encontrou em Bruxelas a recepção calorosa que não teve em Washington. Zelensky agradeceu aos líderes europeus pelo apoio durante toda a guerra e também na semana passada – em uma referência indireta à discussão com Donald Trump na Casa Branca. Zelensky completou:
“É muito bom saber que não estamos sozinhos”.
A reunião de emergência desta quinta-feira (6), em Bruxelas, foi para tratar da defesa não apenas da Ucrânia, mas da própria Europa diante da Rússia. O consenso por lá é que não dá mais para contar com o poderio militar dos Estados Unidos.
Na noite desta quinta-feira (6), a Comissão Europeia chegou a um acordo para aprovar o plano de 800 bilhões de euros, o equivalente a R$ 5 trilhões, para a Europa se rearmar. O projeto prevê regras fiscais menos rígidas para que os países aumentem os gastos militares.
Europa concorda com plano bilionário para reforçar a segurança do continente
Jornal Nacional/ Reprodução
Nesta quinta-feira (6), o ministro da Defesa da França afirmou que o país está repassando informações de satélites e de espiões para a Ucrânia. É para atenuar o impacto da decisão dos Estados Unidos que suspenderam o envio de armas e compartilhamento de informações com os ucranianos e invistam diretamente na indústria de defesa ucraniana.
França e Reino Unido vêm trabalhando em um plano de cessar-fogo, que prevê a presença de tropas europeias para garantir a paz na Ucrânia. Mas o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o envio de militares europeus à Ucrânia significaria uma guerra direta. O presidente Vladimir Putin afirmou que não vai ceder aquilo que pertence ao país – uma referência indireta aos territórios que anexou ilegalmente da Ucrânia. Também mencionou o pronunciamento de quarta-feira (5) de Macron, que chamou a Rússia de uma ameaça a toda Europa.
“Há pessoas que querem voltar aos tempos de Napoleão, esquecendo-se como tudo terminou”, disse Putin.
Volodymyr Zelensky
Jornal Nacional/ Reprodução
Era uma referência ao fato de que tropas francesas entraram em Moscou em 1812, mas se retiraram por causa do inverno rigoroso e da grande perda de soldados. Putin omitiu um dado importante: quem invade países hoje é a Rússia.
“Putin claramente pensa muito sobre a história, quer ser visto como um dos grandes líderes russos que restabeleceu uma Rússia grande, orgulhosa, respeitada no mundo, temida também. Mas o Putin também teme uma Europa unificada. Porque, vale lembrar, que se a Europa agir de forma conjunta, ela é muito mais poderosa do que a Rússia”, afirma Oliver Stuenkel, professor da FGV-SP.
No começo da noite desta quinta-feira (6), Volodymyr Zelensky anunciou que vai discutir com enviados americanos uma proposta de paz com a Rússia. A reunião será na semana que vem na Arábia Saudita.
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