Polícia indica participação do PCC em morte de jovem decapitada em SP

São Paulo — A polícia apontou, em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (6/3), dois aspectos que podem indicar a participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na morte de Vitória Regina de Souza, adolescente de 17 anos encontrada decapitada em uma área rural de Cajamar, região metropolitana de São Paulo.

Segundo o delegado responsável do caso, Aldo Galiano Júnior, o fato da cabeça da jovem ter sido encontrada com o cabelo raspado aponta uma possível “talaricagem” e a consequência é característica de ações organizadas pela facção.

Além disso, o fato de haver uma celular do PCC próximo a região de onde a adolescente desapareceu aparece com um ponto investigado.

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Vitória Regina

Vitória em festa de formatura
Vitória Regina de Souza, de 17 anos
Corpo da jovem foi encontrado com sinais de tortura
Jovem desapareceu em Cajamar, na região metropolitana de SP
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Corpo de Vitória Regina de Souza, 17, foi encontrado com sinais de tortura e decapitado em Cajamar (SP). Polícia ouviu 14 pessoas envolvidas

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Vitória Regina

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Vitória em festa de formatura

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Vitória Regina de Souza, de 17 anos

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Corpo da jovem foi encontrado com sinais de tortura

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Jovem desapareceu em Cajamar, na região metropolitana de SP

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O corpo da adolescente foi localizado e reconhecido por familiares por causa de tatuagens no braço e na perna e de um piercing no umbigo

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Aldo Galiano ainda diz que a investigação têm “99,9% de certeza” na hipótese de um crime movido por vingança. Os criminosos agiram para retaliar uma traição, “talaricagem”, de Vitória. O termo é usado para classificar pessoas que se relacionam com namorado (a) ou esposa/marido de um amigo.

Ao todo, sete pessoas são investigadas. Os dois suspeitos citados pela adolescente no ônibus, dois homens que teriam passado com um carro do modelo Corolla e mexido com ela enquanto caminhava para casa, o ex-namorado – Gustavo Vinicius, que teve prisão preventiva pedida, mas negada pela Justiça – um ficante e um vizinho da jovem que era dono do veículo usado para assediar a jovem e que desapareceu logo na sequencia.

Ainda sobre o Corolla, um fio de cabelo foi encontrado no veículo. O material foi encaminhado ao IML de São Paulo e aguarda resultados para confirmar ser da jovem.


A morte de Vitória Regina

  • Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada decapitada e com sinais de tortura na tarde do dia 5 de março em uma área rural de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo
  • Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
  • Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição.
  • A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
  • Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público.
  • Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
  • Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo.
  • Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um sentou atrás dela.
  • Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Ta de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.
  • Pelo menos sete pessoas são investigadas pelo crime.
  • Delegado responsável pelo caso diz que “provavelmente foi crime de vingança”.

Vídeo mostra últimas imagens da adolescente

Os últimos áudios de Vitória

Antes mesmo de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de dois homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.

Em seguida, Vitória entrou no ônibus e disse que os dois subiram com ela no transporte público – e um sentou atrás dela. Nos áudios, é possível perceber que a jovem demonstra medo após a abordagem dos homens suspeitos. “Passou uns caras no carro e eles falaram: ‘e aí, vida? tá voltando?’. Vou ficar mexendo no celular, não vou nem ligar pra eles”.

Já nas mensagens seguintes, Vitória diz que os suspeitos foram embora. “Deu tudo certo, eles entraram dentro da favela. A hora que eles passaram lá do outro lado e voltaram eu pensei ‘pronto, eles vão voltar aqui de novo’. Mas eles entraram na favela”.

Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus que ela, e que eles estavam lhe dando med0. Minutos depois, Vitória diz que pegou o ônibus e que somente um deles a acompanhou — informação que é corrigida mais de 15 minutos depois, quando ela percebe que o outro suspeito também estava no coletivo.

Veja as mensagens:

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Jovem mandou mensagem assustada para a amiga antes de sumir

Vitória diz que dois meninos estavam a assustando e que entraram no mesmo ônibus que ela
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Jovem mandou mensagem assustada para a amiga

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Jovem mandou mensagem assustada para a amiga antes de sumir

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Vitória diz que dois meninos estavam a assustando e que entraram no mesmo ônibus que ela

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Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga dizendo que os dois não haviam descido com ela. “Ta de boaça.”

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