A semana no mercado: dados de inflação e mercado de trabalho no radar

A semana entre os dias 9 e 14 de março será marcada pela divulgação de dados econômicos relevantes, tanto no Brasil quanto no exterior. Os investidores acompanharão os números da inflação, atividade industrial e fiscal, além da expectativa em torno das sinalizações do Federal Reserve sobre a política monetária dos Estados Unidos.

No Brasil, a semana começa com a divulgação do Índice Geral de Preços (IGP) de fevereiro pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Boletim Focus do Banco Central. Na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentará os números da produção industrial de janeiro. Na quarta-feira, o foco será a publicação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente a fevereiro, um dos principais indicadores da inflação no país. Além disso, o Banco Central divulgará os dados do setor externo e o fluxo cambial. Na quinta-feira, os investidores acompanharão os dados do crescimento do setor de serviços e, na sexta-feira, o IBGE divulgará as vendas no varejo de janeiro.

Nos Estados Unidos, o mercado estará atento à divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor) de fevereiro, que será publicado na quarta-feira. Na terça-feira, serão divulgados os dados do JOLTS (relatório sobre abertura de vagas de trabalho), enquanto na quinta-feira saem os pedidos iniciais por seguro-desemprego e o Índice de Preços ao Produtor (PPI). Na sexta-feira, a Universidade de Michigan divulgará a leitura preliminar da confiança do consumidor e das expectativas de inflação para os próximos 12 meses e cinco anos.

A mudança para o horário de verão nos EUA e no Canadá, que ocorre no domingo, 9 de março, impactará os horários de funcionamento das bolsas. A Bolsa de Nova York passará a operar entre 10h30 e 17h (horário de Brasília), enquanto o mercado à vista da B3 funcionará das 10h às 17h, com after-market das 17h30 às 18h.

Na sexta-feira, 7 de março, os mercados internacionais fecharam em alta, com o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subindo 0,52%, 0,55% e 0,70%, respectivamente. O Ibovespa avançou 1,82% na semana e acumula alta de 3,95% no ano. O dólar spot fechou a R$ 5,7902, com valorização de 0,53%, mas registrando perdas de 2,13% na semana. O mercado de juros futuros refletiu a balança comercial deficitária em fevereiro e o crescimento de 0,2% do PIB brasileiro no quarto trimestre de 2024.

No mercado de commodities, o petróleo WTI e o Brent caíram 3,90% e 3,30% na semana. O ouro para abril recuou 0,43%, a US$ 2.914,10 por onça-troy, mas acumulou alta de 2,7% na semana. Na China, os dados de inflação mostraram recuo de 0,7% no índice de preços ao consumidor (CPI) em fevereiro na comparação anual, enquanto o índice de preços ao produtor (PPI) caiu 2,2% no mesmo período.

O mercado acionário americano segue em alerta, com o Nasdaq acumulando perdas superiores a 10% desde seu último recorde em dezembro, entrando em território de correção. O S&P 500 caiu mais de 3%, enquanto o Dow Jones recuou cerca de 2%, perdendo aproximadamente 1.000 pontos. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que novas reduções nas taxas de juros não devem ocorrer no curto prazo, destacando que o banco central “não tem pressa” e seguirá monitorando o cenário econômico antes de tomar novas decisões.

O operador de mercado e comentarista da BM&C News, Francisco Alves, avaliou as declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, destacando que o discurso reforça a postura cautelosa do banco central americano. Segundo ele, “Powell deixou claro que o Fed não tem pressa para reduzir os juros e que novas decisões dependerão da evolução dos dados econômicos.” Alves ressaltou que “o mercado já vinha precificando cortes este ano, mas a sinalização do Fed indica que qualquer flexibilização da política monetária deve demorar mais do que muitos esperavam”, conclui.

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