Dólar hoje sobe mais de 1% e bate os R$ 5,86, com tarifas e dados de inflação em foco

Um cliente conta 100 notas de 100 dólares americanos e 50 notas de euro dentro de um bureau de câmbio no distrito de Beyoglu, em Istambul, Turquia, na quinta-feira, 14 de maio de 2020 (Kerem Uzel/Bloomberg)

O dólar à vista operava perto da estabilidade frente ao real nesta segunda-feira, em linha com as cotações no exterior, à medida que os investidores aguardam mais notícias sobre os planos tarifários dos Estados Unidos e uma série de dados de inflação ao longo da semana.

Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial

Na véspera, o presidente dos EUA, Donald Trump, se absteve de comentar sobre a possibilidade de recessão, em meio às ações tarifárias contra México, Canadá e China.

Qual é a cotação do dólar hoje?

Às 15h40, a moeda norte-americana à vista subia 1,25%, aos R$ 5,862 na compra e na venda. Na B3 o dólar para abril — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,03%, aos 5.815 pontos.

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Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,862
  • Venda: R$ 5,863

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,836
  • Venda: R$ 6,016

O que aconteceu com dólar hoje?

Neste pregão, os mercados globais acirravam as preocupações com a economia norte-americana, na esteira de dados e resultados de pesquisas recentes que vieram mais fracos do que o esperado e de maiores incertezas sobre os planos tarifários — e seus impactos — do presidente dos EUA, Donald Trump.

Na sexta-feira, o relatório de emprego de fevereiro já havia acendido um alerta entre investidores, com os EUA registrando a criação de 151.000 postos de trabalho no mês passado, de 125.000 vagas em janeiro, em dado revisado para baixo. Em pesquisa da Reuters, havia previsão de abertura de 160.000 empregos.

Os agentes financeiros também vinham demonstrando pessimismo com várias pesquisas recentes que relataram uma deterioração da confiança e das perspectivas econômicas de consumidores e empresários, em meio às crescentes tensões comerciais provocadas pelas ameaças tarifárias de Trump.

Mas foram comentários de Trump no fim de semana que confirmaram de vez o pessimismo dos mercados, gerando a aversão ao risco observada nesta sessão.

Em entrevista concedida à Fox News, que foi ao ar no domingo, Trump se recusou a prever se os EUA podem passar por uma recessão devido ao impacto de suas prometidas tarifas sobre Canadá, México e China.

Ele também afirmou que o país passará por um “período de transição” devido às ações que seu governo está tomando, mas disse acreditar que as consequências serão positivas no final.

A demonstração de incerteza pelo próprio presidente em relação aos impactos de suas medidas comerciais agitava os mercados nesta segunda, com investidores temendo o pior pela economia norte-americana caso tarifas sejam amplamente aplicadas em meio a uma atividade econômica em desaceleração.

Com isso, o dólar disparava ante o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

As moedas emergentes e os ativos de risco em geral estão sendo liquidados diante da possibilidade de recessão nos EUA. Junto à fragilidade das questões domésticas, o real se destaca como uma das alternativas mais vulneráveis em períodos de estresse”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,31%, a 103,990.

Agentes financeiros ainda demonstram cautela ao tentar projetar os próximos passos do Federal Reserve em seu ciclo de afrouxamento monetário.

Na sexta-feira, em discurso em uma conferência, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que o banco central será cauteloso para ter certeza de que sabe o que está acontecendo no país, sem necessidade de apressar qualquer corte nos juros.

Operadores continuam apostando em três cortes na taxa de juros pelo Fed neste ano, com a retomada das reduções prevista para junho.

Já no cenário doméstico, a preocupação do mercado continua sendo a trajetória das contas públicas, com investidores receosos sobre quais medidas o governo pode adotar para reduzir a inflação dos alimentos e responder à queda recente de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo anunciou na semana passada que vai zerar a alíquota de importação de vários produtos, incluindo carne, café, açúcar e milho, entre outros, como parte de uma série de medidas para reduzir os preços de alimentos.

Na frente de dados, os mercados analisarão nesta semana dados de inflação ao consumidor tanto nos EUA como no Brasil, com a divulgação de ambos na quarta-feira.

(Com Reuters)

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