Nísia diz que sofreu “campanha sistemática e misógina” como ministra

Em sua despedida do Ministério da Saúde, Nísia Trindade reclamou de ter sido alvo de uma “campanha sistemática e misógina” durante o período em que chefiou a pasta. A declaração foi dada nesta segunda-feira (10/3), em discurso na cerimônia de posse de Alexandre Padilha, que a substituirá.

“Ainda que o sentimento predominante em mim seja satisfação por ter feito parte da equipe do presidente Lula e ter servido ao meu país, não posso esquecer que durante os 25 meses em que fui ministra uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade”, criticou a ministra.

Ainda segundo Nísia, que não nomeou quem teria feito essa campanha, “não é possível e acho que não devemos aceitar como natural o comportamento político dessa natureza”. A atuação de Nísia foi marcada por crises e críticas que culminaram em sua demissão, a exemplo da epidemia de dengue e falhas na distribuição de vacinas para estados e municípios.

Ao longo da fala, Nísia defendeu sua gestão e comentou a situação em que encontrou o Ministério da Saúde ao assumir a pasta, em 2023. Segundo ela, o órgão foi “desmontado e desacreditado” no governo de Jair Bolsonaro (PL).

A ministra destacou avanços na reconstrução da saúde nos últimos dois anos, citou a recuperação de índices de vacinação e de programas como o Farmácia Popular.

“Reconstruímos o Ministério da Saúde, reconstruímos programas que foram marcas fortes nas suas gestões anteriores [Lula] e da presidente Dilma. Além disso, inovamos”, destacou Nísia. “Tenho orgulho de afirmar que fui ministra do SUS”.

A cerimônia conta com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e parlamentares. Além de Padilha, toma posse nesta segunda a nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

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