Petrobras: o alerta acionado sobre investimentos, apesar da visão positiva para PETR4

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro

Analistas do BTG Pactual reafirmaram sua visão positiva em relação à Petrobras (PETR3;PETR4), mantendo a companhia como sua principal escolha no setor, apesar da distribuição de dividendos mais fraca do que o esperado devido a investimentos (capex) maiores no quarto trimestre.

“Após incorporar os novos dados em nosso modelo, ainda vemos um nível decente de retorno total para o acionista, o que mais do que compensa os riscos da tese (de investimentos)”, escreveram em relatório enviado a clientes com data de domingo, assinado por Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez.

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“No entanto, reconhecemos que o aumento inesperado do capex, provavelmente, elevará o ceticismo quanto à alocação de capital da companhia, mesmo entre os investidores mais otimistas.”

Para a equipe do BTG, as preocupações do mercado provavelmente desaparecerão apenas quando for confirmado que esse aumento de investimentos foi algo não recorrente.

A Petrobras surpreendeu o mercado no final do mês passado ao reportar investimentos de US$ 16,6 bilhões em 2024, cerca de US$ 2,1 bilhões acima da previsão da empresa para o ano. O anúncio na ocasião da divulgação do balanço, foi acompanhado de dividendos referentes ao quarto trimestre de US$9,1 bilhões.

A presidente da estatal, Magda Chambriard, disse na ocasião que entendia a frustração com a remuneração aos acionistas, mas que isso foi resultado principalmente da antecipação de uma plataforma no campo de Búzios, de alta rentabilidade, que se tornará o maior produtor do mundo em águas ultraprofundas.

Ela também acrescentou que a Petrobras poderá voltar a antecipar investimentos ao longo de 2025 que resultem em aumento da produção.

“O problema com traumas é que eles são difíceis de superar, e entender a raíz das suas causas é fundamental para avaliar se eles permanecem justificados”, pontuaram os analistas do BTG.

Carvalho e equipe ponderaram que preocupações do passado sobre o plano de capex da Petrobras explicam a reação negativa inicial aos anúncios, mas ressaltaram que a situação atual difere significativamente dos riscos que se materializaram na última década.

Eles citaram que o aumento do capex agora foi totalmente direcionado para o principal negócio da Petrobras, especificamente seu campo mais lucrativo e que nenhum novo projeto em refino ou outras áreas não essenciais foi anunciado.

Também ressaltaram que os principais mecanismos de defesa da governança corporativa permanecem em vigor, “evitando uma mudança de 180 graus em seu plano de negócios”.

“Assim, embora acelerar os gastos provavelmente fosse desnecessário para alinhar melhor os interesses dos contratados — a Petrobras já é uma das maiores compradoras de FPSO do mundo –, achamos que o capital não está sendo mal alocado”, argumentaram.

Os analistas também afirmaram que permanecem confortáveis com a tese de investimento em Petrobras porque, mesmo sob hipóteses conservadoras, os pagamentos de dividendos permanecem altos — “sem dúvida a métrica de curto prazo mais importante para reduzir a percepção de risco”.

“Ainda vemos a empresa distribuindo US$11 bilhões em dividendos, ou US$10 bilhões excluindo payouts especiais, implicando yields de 14% e 12%, respectivamente”, afirmaram. Para 2026, veem esse yield aumentando para 16% — ou 14% excluindo pagamentos extraordinários.

O BTG tem recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$58, tanto para as preferenciais como para as ordinárias.

Nesta segunda-feira, as PNs caíam 1,59%, a R$34,08, e as ONs recuavam 1,58%, a R$36,83. Desde a divulgação do balanços, os papéis somam perdas de cerca de 10% e 11%, respectivamente.

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