Profissionais de hospital acusadas de aplicar medicação errada em jovem que morreu horas após dar à luz são indiciadas por homicídio


Larissa Gabrielli dos Reis, de 24 anos, sofreu parada cardiorrespiratória após parto em hospital de Catanduva (SP). Polícia concluiu que jovem recebeu noradrenalina. Áudios enviados à polícia mostram que profissionais do hospital admitiram a negligência. Larissa Gabrieli dos Reis, de 24 anos que morreu em Catanduva (SP) por uma parada cardiorrespiratória causada por medicamentos
Arquivo pessoal
A técnica de enfermagem e duas auxiliares de farmácia do hospital acusadas de aplicar uma medicação errada na jovem de 24 anos que morreu horas após dar à luz no Hospital Padre Albino em Catanduva (SP) foram indiciadas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
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O inquérito policial foi concluído pelo delegado responsável pela investigação, Amauri César Pelarin, em dezembro do ano passado. No dia 30 de abril, Larissa Gabrielli dos Reis sofreu uma parada cardiorrespiratória após dar à luz menino, por meio de uma cesárea.
Na ocasião, depois do parto, o médico que acompanhou o pré-natal não estava mais no hospital, uma vez que, após o parto, a paciente e o bebê estavam em condições normais. Contudo, o profissional foi acionado assim que Larissa começou a passar mal.
O g1 questionou a assessoria de imprensa da instituição de saúde se as funcionárias continuam atuando na unidade, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Em nota, apenas disse que não irá se manifestar diante do sigilo envolvendo o assunto, que tramita sob segredo de Justiça.
Hospital Padre Albino em Catanduva (SP)
Fundação Padre Albino/Divulgação
Ao chegar na unidade, o médico constatou que Larissa já estava morta. Ele ainda confirmou à polícia que, ao verificar o local de descarte, notou que havia uma ampola de noradrenalina que, segundo ele, não pertencia ao setor da maternidade e que não poderia ser aplicada durante o período pós-parto.
Em depoimento, o médico disse que não receitou o medicamento. A técnica de enfermagem, por sua vez, negou que tinha aplicado a medicação em Larissa. Durante a investigação, entretanto, a polícia concluiu que a noradrenalina foi injetada na paciente por meio do laudo necroscópico.
A técnica, conforme a investigação, entrou no quarto onde estava Larissa e aplicou três medicações na vítima. Mas, em uma dessas seringas, em que deveria haver a medicação receitada pelo médico, foi aplicado o medicamento errado.
Assim que recebeu a medicação, Larissa começou a sentir fortes dores no peito e falta de ar. Imediatamente, a técnica informou que era normal esse tipo de reação. A paciente que estava no mesmo quarto chamou a atenção da acusada, que só percebeu o erro quando a vítima começou a convulsionar, segundo apurado pelo g1.
Ainda conforme apurado pela reportagem, a polícia também recebeu áudios em que os profissionais do hospital admitiram a negligência. Nesse caso, a equipe concluiu que houve erro desde a separação do remédio, até a falta de conferência, tanto da responsável pelo setor, quanto da enfermeira que aplicou a injeção na vítima.
No momento, a conclusão do inquérito segue para o Ministério Público, que deve decidir pela denúncia ou não do trio envolvido. O filho de Larissa, de dez meses, está bem, sob os cuidados do pai.
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