5 investidores que fizeram fortuna com crise e recessão nos EUA

Recentemente, um dos famosos investidores que fez fortuna em meio a uma crise e recessão nos EUA, Ray Dalio, alertou sobre os riscos de uma crise de dívida no país. De fato, os burburinhos sobre uma recessão nos EUA aumentam, e derrubaram o mercado acionário em trilhões nas últimas semanas.

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E muito devido a esse medo de recessão nos EUA que desde a posse do presidente Donald Trump em 20 de janeiro de 2025, a bolsa americana enfrenta uma intensa volatilidade. Em grande parte, na somatória, o movimento resulta em perdas expressivas. Em outras palavras, a cada dois dias, as bolsas dos EUA perderam o equivalente a mais de 1 B3 inteira em valor de mercado.

Portanto, é importante saber que existem investidores que fizeram fortuna sim durante uma recessão anterior. O BlockTrends separou cinco pessoas, e contou quis foram suas estratégias para lucrar em meio à sangria de um mercado em crise.

Ray Dalio: antecipando crises e construindo um império

O primeiro da lista dos que domaram uma recessão nos EUA é o próprio Ray Dalio. Raymond Thomas Dalio, nascido em 8 de agosto de 1949, é o fundador da Bridgewater Associates, estabelecida em 1975.

Sob sua liderança, a Bridgewater tornou-se o maior fundo de hedge do mundo em 2005. Dalio é reconhecido por sua abordagem analítica e por antecipar tendências macroeconômicas globais.

Em 2007, sua empresa previu a crise financeira de 2007-2008. Desse modo, fez com que seus investidores evitassem grande parte da implosão do mercado acionário de 2008.

Durante um ano desastroso para muitos concorrentes, o fundo Pure Alpha da Bridgewater aumentou em valor 9,5% após contabilizar taxas. Dalio alcançou isso antecipando que o Federal Reserve seria forçado a imprimir muito dinheiro para reviver a economia.

Ao identificar esse movimento, Dalio adotou posições compradas em títulos do Tesouro, vendendo o dólar a descoberto e comprando ouro e outras commodities.

Além de suas realizações como investidor, Dalio é autor de “Principles: Life & Work”, onde compartilha sua filosofia de investimento e gestão corporativa.

Michael Burry e a grande aposta

Michael Burry, médico de formação e fundador do fundo de hedge Scion Capital, ganhou destaque por prever a crise do subprime em meados dos anos 2000. As previsões de Burry inclusive viraram filme, “A Grande Aposta”, onde Christian Bale interpreta o médico investidor.

Ao analisar de maneira cirúrgica (piada intencional) os dados do mercado imobiliário, Burry identificou a fragilidade dos empréstimos hipotecários de alto risco e decidiu apostar contra o mercado imobiliário dos EUA.

Para isso, ele usou instrumentos financeiros como os credit default swaps (CDS). Esses instrumentos visam atuar como um “seguro contra inadimplência” dos créditos que estão em um CDO (um instrumento financeiro que embrulha diversos direitos creditórios, entre eles de hipotecas, ou subprimes).

Sua estratégia contrária ao consenso rendeu bilhões de dólares em lucros quando o mercado imobiliário colapsou em 2008.

Irving Kahn: quando o tempo de mercado também significa experiência

Irving Kahn foi um dos pioneiros na estratégia de investimento em valor, tendo iniciado sua carreira em Wall Street antes da Grande Depressão de 1929. Discípulo de Benjamin Graham, Kahn adotou uma abordagem cautelosa e fundamentada na análise profunda dos fundamentos das empresas.

Nasceu em 19 de dezembro de 1905, e foi um renomado investidor e filantropo norte-americano. Além de rápido nos investimentos, Kahn também ficoi famoso por sua longevidade e atuação no mercado financeiro.

Iniciou sua carreira em 1928, um ano antes do colapso da Bolsa de Valores de Nova York que desencadeou a Grande Depressão. Ser um dos discípulos de Benjamin Graham o ajudou. Isso porque Graham foi pioneiro da estratégia de investimento em valor, que se baseia na análise fundamentalista para identificar ações subvalorizadas.

Durante o verão de 1929, meses antes do crash de outubro, Kahn realizou sua primeira operação significativa: uma venda a descoberto de uma empresa de mineração de cobre. Com essa e tantas outras estratégias ele lucrou com a queda do preço das ações.

Portanto, é correto dizer que a filosofia de investimento de Kahn, centrada na paciência e na busca por ativos subvalorizados, permitiu que ele navegasse por diversas crises econômicas ao longo de sua carreira.

Kahn cofundou a Kahn Brothers Group, uma firma de consultoria de investimentos e corretagem, e continuou ativo no mercado financeiro até sua morte aos 109 anos, em 2015. Sua longevidade e sucesso contínuo servem como testemunho de uma filosofia de investimento disciplinada e paciente.

John Paulson também é filho do subprime

Assim como Michael Burry, John Paulson, fundador da Paulson & Co., também capitalizou a crise de 2008 e lucrou de uma recessão nos EUA ao apostar contra o mercado imobiliário.

Assim como Burry, sua estratégia envolveu a compra de CDSs que lucrariam com a inadimplência de hipotecas subprime. Essa posição resultou em ganhos estimados de US$ 20 bilhões, tornando-se uma das operações mais lucrativas da história de Wall Street.

Paulson posteriormente diversificou seus investimentos, mas sua aposta contra o mercado imobiliário permanece como um marco de perspicácia financeira.

Jesse Livermore: o maior trader da história

Por fim, nascido em 1877 em Shrewsbury, Massachusetts, Jesse Livermore entra na lista. Ele começou sua carreira como um menino de recados em Paine Webber, em Boston. Lá, ele rapidamente notou padrões nos preços das ações e começou a especular em bucket shops. Desse modo, ganhou o apelido de “The Boy Plunger”.

Livermore mudou-se para Nova York no início dos anos 1900 e rapidamente ganhou atenção por suas negociações ousadas. Seu sucesso em vendas a descoberto, especialmente antes dos crashes do mercado de 1907 e 1929, foi amplamente reconhecido. Estima-se que ele tenha ganho mais de US$ 100 milhões durante o crash de 1929.

Não à toa que muitos o consideram o maior negociador de ações de todos os tempos, e uma figura lendária na história do mercado de ações. O trader chegou ao seu bilhão, mas não antes de falir múltiplas vezes ao longo da vida.

Jesse Livermore apostou contra a economia americana em 1929, resultando em um lucro de US$ 100 milhões. O trader acumulou o equivalente atualmente a US$ 1,5 bilhão.

Sua trajetória, marcada por conquistas financeiras significativas e tragédias pessoais, oferece lições valiosas para os negociadores de hoje. Livermore começou sua carreira aos 14 anos em uma corretora em Boston.

Lá foi onde desenvolveu um talento para identificar padrões de preços de ações. Ele ganhou fama em Nova York por suas negociações audaciosas, incluindo as vendas a descoberto lucrativas antes dos crashes do mercado de 1907 e 1929.

Livermore era conhecido por suas estratégias de negociação não convencionais, focando no comportamento do mercado, padrões de preços e confiando em seu próprio julgamento em vez da opinião popular.

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