Azzas 2154 (AZZA3): pressão de margens afeta 4T e ação cai forte após resultados

Arezzo

As ações da Azzas 2154 (AZZA3) operam com forte desvalorização nesta quarta-feira (12), após a varejista de moda lucrar 35,8% menos no quarto trimestre de 2024 (4T24). Às 11h34 (horário de Brasília), a ação da companhia caía 5,18%, cotada a R$ 25,06.

O Itaú BBA avalia que o lucro líquido 20%, abaixo de suas estimativas, reflete a pressão mais ampla da margem bruta devido a reduções de preço e maiores despesas com SG&A (de vendas, gerais e administrativas), especialmente na AR&Co.

Para o BBA, a contração da margem Ebitda (Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita) em 120 pontos-base (bps) pode adiar ainda mais as expectativas dos investidores quanto a um ponto de inflexão na pressão sobre as margens.

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Do lado positivo, a queima de caixa da Azzas 2154 de R$ 89 milhões no quarto trimestre foi melhor do que as estimativas do BBA de R$ 240 milhões, impulsionada por menores dias a receber, que mais do que compensaram um capex maior.

O Itaú BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 47, com base na avaliação atraente de 6,9 vezes Preço/Lucro para 2025, que está significativamente abaixo da maioria das outras ações de varejo de 10 vezes.

A XP Investimentos avalia que a Azzas reportou mais um trimestre nublado, com sólido crescimento de receita, mas margens pressionadas pelos ajustes operacionais pós-fusão.

Segundo a XP, a rentabilidade foi novamente o ponto negativo, com uma queda de 10% no Ebitda. A margem bruta recorrente caiu 0,6 ponto percentual (p.p.) na base anual, dado que um mix de canais positivo foi compensado pelos ajustes de estoque da Reserva e maiores descontos em marcas descontinuadas.

Enquanto isso, a margem Ebitda ajustada recorrente caiu 1,2 p.p. na comparação ano a ano, ainda impactada por ajustes após a fusão, como custos de operação duplos na Reserva e custos de viagem, além de maior penetração no DTC (direto ao consumidor) e investimentos em branding e na equipe criativa da Farm/NV.

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Já o lucro líquido foi impactado por resultados financeiros mais pesados e menores subsídios fiscais, embora tenha ficado acima das expectativas, enquanto a geração de caixa (excluindo M&A) foi positivo em R$ 170 milhões, embora tenha caído 27% na base anual devido a maiores necessidades de capital de giro e investimentos em Capex.

Para o BTG, a Azzas registrou um crescimento decente da receita, como esperado, mas o EBITDA ficou abaixo de suas estimativas, com despesas adicionais devido à integração das operações da Arezzo e Soma e à otimização do portfólio.

“Desde o início do processo de integração, o desempenho das ações tem sido ditado principalmente pelo fluxo de notícias sobre a fusão de Arezzo-Grupo Soma (principalmente as sinergias do negócio) e esperamos que continue assim”, comenta o BTG.

Segundo as estimativas do BTG, levando em conta todos os fatores, os R$951 milhões do ágio da Hering mais R$2,2 bilhões do VPL (valor presente líquido) das sinergias poderiam resultar em um total de R$ 3,1 bilhões.

No entanto, na opinião do BTG, por ser um negócio complexo que cria um player gigante com múltiplas marcas (e culturas diferentes) em vestuário/calçados, sem mencionar os riscos de execução no processo de integração, esses fatores devem significar que o mercado ficará em modo de espera antes de pagar antecipadamente por todos esses ganhos. Apesar disso, o BTG reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 49.

O Goldman Sachs destaca o forte crescimento de vendas no 4T24, mas aponta que a margem da companhia decepcionou devido a ajustes contínuos e investimentos em suporte à marca.

Entre os destaques positivos, o Goldman ressalta que a marca Hering registrou um forte crescimento nas vendas diretas ao consumidor (sell-out), acompanhado por uma melhora no ritmo das vendas para o varejo (sell-in), especialmente no canal multimarcas. Por outro lado, as vendas de calçados continuaram fracas, embora tenham mostrado uma leve melhora em relação ao 3T24.

O Goldman manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 50.

O JPMorgan, por sua vez, destaca que a Azzas divulgou resultados operacionais fracos no trimestre.

De acordo com o JPMorgan, desempenho abaixo do esperado foi impulsionado por maior pressão na margem bruta devido a descontos para otimização do portfólio, aumento das despesas com SG&A impulsionado por investimentos para fomentar o crescimento e despesas duplicadas relacionadas à transição de liderança na AR&Co.

O banco americano manteve recomendação de compra para ação da Azzas, com preço-alvo de R$ 41.

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