Cheque em extinção? Uso cai 95% no Brasil e perde espaço para pagamentos digitais

Muita gente não se lembra da última vez que usou um cheque. Outras talvez nunca tenham segurado um talão. O motivo? A ascensão dos meios digitais de pagamento, que tornaram a transação mais rápida, prática e segura.

No Brasil, o uso do cheque despencou 95,8% desde 1995, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em 2024, foram compensados 137,6 milhões de cheques, um número muito inferior aos 3,3 bilhões registrados em 1995.

O declínio ganhou força a partir dos anos 2000 e intensificou-se após a pandemia. Nos primeiros anos do Pix, por exemplo, a queda foi de mais de 25% ao ano.

Em termos financeiros, o valor movimentado por cheques também encolheu: em 1995, representava R$ 2 trilhões, enquanto em 2023 caiu para R$ 610 bilhões. Naquele ano, o Pix movimentou R$ 17,2 trilhões e o TED, R$ 40,6 trilhões.

O cheque ainda é utilizado?

Apesar de estar cada vez mais raro, o cheque ainda sobrevive em algumas situações. Empresários e comerciantes, por exemplo, ainda utilizam esse meio de pagamento para transações de maior valor, especialmente em negociações de bens duráveis, como imóveis e veículos.

Os primeiros cheques apareceram no século XVII, na Inglaterra, como forma de facilitar transações sem dinheiro físico. (Foto: Lunamarina/Canva Pro)

Algumas cidades do interior e pequenos negócios também seguem aceitando o cheque, por conta do hábito consolidado entre consumidores mais velhos.

Além disso, em locais onde o acesso à internet ainda é limitado, o cheque continua sendo uma alternativa viável para pagamentos. No entanto, a tendência de queda deve continuar, já que os bancos têm reduzido a oferta desse meio de pagamento e incentivado a migração para transações digitais.

Países onde o cheque ainda é comum

Se no Brasil o cheque está perto da extinção, em alguns países ele segue relevante. Nos Estados Unidos, por exemplo, ainda é um dos principais meios de pagamento para aluguel e transações comerciais.

No Reino Unido, embora o uso tenha caído, ainda há uma fatia considerável da população que emite cheques regularmente. França, Canadá e Índia também mantêm o hábito, especialmente entre a população mais velha e em algumas transações empresariais.

Criado na Idade Média, o cheque se consolidou como um dos principais meios de pagamento do século XX, mas hoje enfrenta um processo de aposentadoria gradual. Com o avanço da tecnologia financeira e a digitalização das transações, seu futuro parece cada vez mais incerto.

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